quinta-feira, 30 de julho de 2015

QUEM É MAKOTA VALDINA?

julho 30, 2015 2
Valdina Pinto, é uma mulher negra, professora, líder comunitária e religiosa, marcada pela fé e pela luta por dignidade de todos os brasileiros afro-descendentes, especialmente das mulheres negras . Ela foi contada no vídeo-documentário “MakotaValdina: Um jeito negro de ser e viver” (vale muito assistir a este documentário, são dezenove minutos que enriquecem e muito nosso repertório) um dos vencedores do Primeiro Prêmio Palmares de Comunicação – Programas de Rádio e Vídeo, realizado no ano de 2005. Nascida, criada e sempre moradora do Engenho Velho da Federação, bairro de Salvador onde se registra a maior concentração de Terreiros de Candomblé, ela é reconhecida como educadora, religiosa, ambientalista e militante negra. No ano de 2005, foi proclamada “Mestra de Saberes” pela Prefeitura Municipal de Salvador. 

Como educadora e Makota de terreiro, Valdina vem lutando desde a década de 1970 contra a intolerância, principalmente a religiosa. Ela se posiciona na sociedade como militante e fez questão de impulsionar as mudanças na própria religião. Como ela diz, "é preciso ser sujeito dessa história e não objeto". Sobre a visão da vida, comunidade e religião, Makota acredita que nada vive em separado. Tudo para ela é uma relação única. Uma das lutas da educadora é que o Candomblé precisa ser mais respeitado no Brasil.


"A nossa negritude sempre foi exportada como algo mágico, como algo folclórico e não como a cultura de um povo. Mesmo porque nós ainda lutamos contra racismo, preconceito e discriminação. Quando me tornei uma ativista e que comecei a falar de uma outra maneira, mostrando o candomblé, mostrando o sujeito de quem vive, eu me dei conta que nós éramos objeto de pesquisa, alguém falava sobre nós. Então foi intencional empunhar essa bandeira religiosa para desconstruir uma série de estereótipos e teorias desenvolvidas sobre nós e que eu considero ainda inverdades. 
É preciso que cada vez mais sejamos sujeitos de nossa fala, nossa escrita, de nossa história. É preciso parar de ser objeto. É preciso dar essa voz, dar esse espaço. Nesse ponto eu acho importante o fato da Flica me convidar, porque eu acho importante eles me darem um espaço para poder falar sobre isso, além de estar em uma mesa junto com Pepetela e, por meio dessa oportunidade, desconstruir essa imagem"
Em entrevista a Revista Palmares Valdina contou da sua vida, da sua trajetória de empoderamento do povo negro e suas lutas para nossa valorização, o link para download da publicação ESTÁ AQUI e todos podem baixar e ler na íntegra além das partes que eu achei importante destacar abaixo

Revista Palmares: Você se considera uma “sábia negra”? Não, eu me considero uma aprendiz. Dizem que eu sou uma sábia. Na semana passada, fui homenageada com uma placa como mestra de saberes populares. Então eu digo: a negra que eu sou, o ser humano que eu sou, sou porque aprendi com os meus mestres. Meus primeiros mestres foram meus pais. Meus segundos mestres foram os outros negros da comunidade do Engenho Velho da Federação. Na primeira escola que estudei, minha primeira professora escrevia as letras e os números em uma pequena pedra, uma lousa apoiada em madeira. Meu lápis era também feito de pedra. Aqueles negros, aquelas negras, mulheres e homens da comunidade onde nasci, cresci e moro até hoje, foram os meus primeiros mestres. Naquele tempo a família era extensa. A comunidade era uma família. E ali a gente ensinava o que aprendia. Toda criança era responsabilidade de todo adulto. A gente aprendia dentro de casa a fazer as coisas, a cuidar da casa, a cuidar de outros. Como era a terceira filha e a mais velha das mulheres, aprendi também a ter cuidado com outros e com as crianças. A sabedoria que tenho hoje é que me foi passada por eles.

Revista Palmares: Quando a percepção das diferenças sociais e da discriminação foi sentida por vocês? Naquela época todo mundo era igual. Essa situação começou a mudar a partir da década de 70, quando aquele grupo começou a ver lá fora o outro. A gente vivia aquele mundo dali, onde todos eram iguais. Quando começou a chegar o progresso, o “Mata Maroto” passou a não ser mais Mata Maroto, e sim “Cardeal da Silva”. O asfalto chegou ali. A Horta dos Padres já começava a deixar de ser Seminário e passou a se transformar no que é hoje a Faculdade Católica. O Quebra Laço, onde hoje é a Escola Via Magia, onde a gente tirava mato para enfeitar a casa no final de ano, passou a ser desmatado. Foi uma fase em que Salvador começou a inchar e o Engenho Velho começou a ter uma outra cara. Também no início dos anos 70, chegou a televisão, começou a chegar uma invasão de outros jeitos, de outras formas de vida. Neste momento surgiu o Ilê e o Movimento Negro. De um lado a gente encontrava uma forma de se expressar, juntamente com outros grupos que tinham o nosso mesmo jeito de viver, como os grupos lá do Curuzú. Por outro lado, vinham também informações de como a gente vi- via e de como éramos vistos. Até aí, achávamos que tudo estava legal, que esse era o nosso mundo. Começaram então a chegar informações de que existia um outro mundo e que você não era parte dele. Aí é que começou uma tomada de consciência.Em 1970, as coisas que eu vivenciava não eram questionadas. Em relação a mim mesma acontecia algo muito importante. Em 1970, fui convidada a ensinar Português para um grupo de voluntários, naquela época no Grupo Voluntários da Paz. Até aí eu não tinha noção de que o jeito como nós vivíamos era objeto de estudo, que tinha valor para alguém. Porque eu simplesmente vivia aquilo.  
"Nunca deixei de ser a educadora que sempre fui. Luto até hoje e até o final da minha vida, enquanto eu tiver força e enquanto eu tiver motivo por lutar, eu lutarei. Por Justiça, igualdade, paz e pela liberdade".



Fontes: PORTAL G1  | REVISTA PALMARES  

terça-feira, 28 de julho de 2015

HIDRATANTES LABIAIS NIVEA: RESENHANDO OS FAVORITOS

julho 28, 2015 4
Hoje tem resenha de um produto útil, apesar de ser bem consumista,  eu não compro nada que eu não vá usar. A vida não anda fácil e meu dinheiro, não é capim!

No começo do mês, quando o frio apertou, meus lábios ressecaram bastante, como eu gosto muito de usar batons matte, eles logo denunciam o estado de caos da boca e aí, foi necessário começar a pesquisar sobre protetores labiais. Durante toda a vida, não investi mais do que R$2,00 em cada, boa e velha, Manteiga de Cacau, mas, desta vez eu não estava muito afim de sair por aí com a boca lambuzada de gordura. Nas minhas leituras, descobri que a famosa "Manteiga de Cacau" não é hidratante e sim lubrificante, o que na prática, quer dizer que ela não vai tratar o ressecamento, vai apenas diminuir aquela sensação de "queimadura", logo, não serviria para nada no meu caso.
Já ouviram falar do protetor labial gringo, famosíssimo, o EOS? Ele é uma excelente opção, pois ao contrário da Manteiga de Cacau, é completamente orgânico, não tem parabenos, parafinas, óleo mineral e nada desses componentes famosos por apenas, darem uma falsa sensação de hidratação/nutrição das áreas e usados por muitas empresas, na intenção de baratear as fórmulas. O caso é que, no Brasil, o EOS custa em torno de $30,00 cada um, o que eu acho caro!
Já havia ouvido falar nos Protetores Nívea, mas nunca dei atenção, porque eu achava que a minha fantástica saída, de dois reais, sempre resolveria.

ESSENTIAL CARE e SOFT ROSÉ

Os protetores da Nívea, assim como o famosinho EOS, são totalmente orgânicos, olha só a composição do Essencial Care: "Cera Microcristalina, Octildodecanol, Polideceno Hidrogenado, Óleo da Semente de Ricinus Communis (Rícino), Palmitato de Cetila, Miristato de Miristila, Álcool Cetearílico, Copolímero de VP/Hexadeceno, Glicerídeos de Coco, Tetraisoestearato de Pentaeritrilila, Copolímero de VP/Eicoseno, Diisoestearato de poliglicerila-3, Estearato de Alquila C 20-40, Glicerina, Cera de Copernicia Cerifera (carnauba), Fruto de Butyrospermum Parkii (Manteiga de Karité), Óleo da Semente de Simmondsia Chinensis (jojoba), Acetato de Tocoferila, Pantenol, Óleo da Semente de Vitis Vinifera (uva), Cera de Abelha, Água, Fragrância". Por isso vale (muito) a pena pesquisar, antes de gastar, pois existem produtos nacionais tão bons quanto os gringos e, com preço justo!
Quando fui atrás de comprar o protetor labial, minha surpresa foi ainda melhor, achei um kit com estes dois por R$14,90 na Lojas Americanas, procurei na loja virtual para deixar o link aqui para vocês e não encontrei, mas, na ocasião eu comprei na loja física que fica no Itau Power Shopping em Contagem.
A textura do Essential Care é bem mais cremosa e hidratante, uso ele em casa ou a noite, pois ele protege por muito mais tempo. O Soft Rosé é mais sequinho e, serve para usar debaixo dos batons matte, que eu tanto amo, sem prejudicar o aspecto do sequinho do batom.
A minha nota para os protetores estes protetores, com certeza, é dez. Protegem, hidratam, previnem e tem um cheirinho maravilhoso. O Essential Care, tem aquele cheirinho clássico da Nívea, que conhecemos desde criança e, o Soft Rosé, tem um cheirinho de morango bastante suave.

domingo, 26 de julho de 2015

FRASES QUE AS CRESPAS SE CANSAM DE OUVIR

julho 26, 2015 4
Antes de mais nada, este post não é uma alfinetada ou uma indireta. Até porque eu não sou obrigada, rs! É um toque, a todos que mesmo sem querer acabam cometendo essas gafes e as vezes nem se dão conta do quanto isso é inconveniente. O importante é desconstruir para evoluir!






1. "Mas esse seu cabelo tá na moda!"

Não. Não está! As pessoas tem falado cada vez mais da moda do cabelo crespo, mas se esquecem que não vemos essa moda nos altos cargos. Não é moda, é identidade. Quando o frisson passar nossos cabelos continuarão nascendo crespos!










2. "Nossa, como você penteia?"

Eu não uso pente, lidem com isso! Cabelos crespos são frágeis, geralmente com fios finos e no meu caso que tenho descoloração ele é mais sensível. Pentes só se for com dentes bem largos, do contrário desembaraço com os dedos!










3. "Mas porque você não passa alguma coisa para abaixar o volume?"

Por Dandara, apenas parem! Passa pela cabeça de vocês que alguém que ficou praticamente careca para tirar a química de transformação vai mesmo em sã consciência "passar alguma coisa" tenho até medo dessa coisa para abaixar o volume?








4. "Acho super legal cabelo assim. Sua cara. Só não combina comigo."

Não digam mesmo se for para elogiar, não digam! Cabelo natural é uma ideologia nós estudamos e nos conhecemos muito para chegar até aqui! Muitas acreditam que o símbolo de resistência que é o nosso cabelo seria muito importante para qualquer mulher. Dizer isso, vai fazer a crespa problematizar sobre identidade com você por pelo menos meia hora!






5. "Meu cabelo é liso/ondulado, mas queria que fosse assim que nem o seu!"
Não, não queria e no fundo você sabe disso mas a sua vontade de agradar é tanta que você força a barra. Este não é o jeito certo de empoderar alguém.










6. "Mas como você corta isso?"
Primeiro de tudo não é "isso", chamar nossos cabelos de "isso" não é legal e a gente não se sente bem ok? E corto como qualquer outra pessoa corta o cabelo, com tesoura!









7. "Posso tocar?"
Não, não pode. Pelo mesmo motivo que não se deve chamar de "isso". Nosso cabelo não é uma atração circense. Não usamos cabelo natural para chamar atenção, nosso cabelo é afrontamento, resistência e não um teatro. E o pior, geralmente pedem para tocar naquele dia que você ficou duas horas fazendo o cronograma e mais meia hora garfando para ele ficar lá no alto, risos





E mesmo que você já tenha dito uma ou algumas dessas frases, não se preocupe porque nunca é tarde para mudar e se tornar uma pessoa melhorada! Existem preconceitos que estão tão naturalizados na nossa sociedade que raramente percebemos que estamos sendo preconceituosos!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

RESENHA DE PRODUTO: MÁSCARAS QUERIDINHAS E BARATINHAS!

julho 24, 2015 0
Todo mundo acha que os nossos cabelos dão muito trabalho e gastam muitos salários mínimos HAHAHA! Às vezes é bom deixar geral achando isso mesmo para darem valor aos nossos esforços, mas a gente sabe que não é bem assim. Nem só de produtos caríssimos vivem os crespos, não é mesmo?
Há tempos atrás eu era a "louca-compra-creme-sem-precisar" e acho que todo mundo fica um pouco assim logo depois do BC, não é? Uma ansiedade para que o cabelo cresça logo, faz com que a gente queira cuidar, cuidar, cuidar todos os dias e nunca achamos que temos produtos o suficiente!

Hoje eu estou aqui para mostrar para vocês três máscaras super baratas e que dão super certo no meu cabelo. Lembrando que, cada cabelo uma sentença mas para o meu elas deram um super resultado e cumprem muito bem as suas funções!

1. MÁSCARA CASULÃO TUTANO - NUTRIÇÃO




O que diz o fabricante? "O CONDICIONADOR MOCOTÓ CRISMAS foi elaborado para um perfeito tratamento embelezador dos fios. Deixando os cabelos macios, brilhantes, sedosos e profundamente hidratados. Indicado para banho de hidratação."

O efeito desta máscara no meu cabelo é simplesmente maravilhoso. Eu sempre que uso, deixo agir por 30 minutos no mínimo com touca térmica e o cabelo simplesmente derrete. Me custou $10 Rúbias e ela coloca muita máscara cara no chinelinho!

2. MÁSCARA INTENSIVA CACHOS DEFINE-CONTROL CAPICILIN - HIDRATAÇÃO



O que diz o fabricante? "Cachos Define-Control atua na parte interna da fibra capilar fazendo com que os ativos Aloé Vera, D-Pantenol e Colágeno penetrem profundamente e reativem a memória dos cachos, recuperando a elasticidade, flexibilidade e movimento natural. Forma um filme protetor capaz de reter a umidade natural redesenhado a forma perfeita dos cabelos cacheados. Elimina o frizz e evita a formação de pontas duplas."

Adoro essa máscara, tanto para usar no banho quanto para fazer hidratação com touca. Ela deixa o cabelo super macio, mega definido e, apesar do nome, não tira nada do meu volume. Ela não é tão baratinha normalmente, mas comprei na promoção e paguei R$8,00 pelo potinho de 350g. Desta linha eu também uso o umidificador de cachos e gosto bastante

3. MÁSCARA DE HIDRATAÇÃO INTENSIVA MIX DE FRUTAS VERMELHAS + ÓLEO DE SEMENTE DE UVA ORIGEN/NAZCA - NUTRIÇÃO



O que diz o fabricante? "ORIGEM CREME DE HIDRATAÇÃO INTENSIVA CONDICIONANTE NUTRIÇÃO CAPILAR contém ativos de MIX DE FRUTAS VERMELHAS E ÓLEO DE SEMENTE DE UVA, que agem nos fios fragilizados penetrando e nutrindo profundamente a fibra capilar, deixando os cabelos HIDRATADOS E NUTRIDOS. Além disso, sua fórmula nutritiva contém QUERATINA VEGETAL, Vitamina E, Silicone e Semi Di Lino, que proporcionam HIDRATAÇÃO PROFUNDA E BRILHO."

Outro achado maravilhoso e baratinho, paguei R$6,00 nessa gracinha! Muita boa e nutri mesmo. Claro que se o seu cabelo está há meses sem ver um tratamento ela não vai fazer efeito porque não faz milagres, mas é muito boa para cabelos em estado normal, rs. Deixa o cabelo definido e com menos volume e tem um cheirinho muito gostoso por sinal!

Estas são as preferidas do momento, que deram bastante resultado no meu cabelo, espero que sejam úteis para vocês também! 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

MULHER PODE FALAR DE SEXO?

julho 22, 2015 0


Porque é tão difícil para nós mulheres falar deste assunto sem parecermos "saidinha demais"?
Desde que me entendo por gente, mocinhas não falam palavrão, não sentam de pernas abertas, não falam alto, não jogam futebol, não brincam de carrinho, não brincam de tazo, não assistem filme de tiro... olha, eu poderia ficar aqui o dia inteiro falando de tudo de legal que é tirado do nosso mundo, mas hoje eu resolvi falar só de sexo!
Primeiro de tudo, tenham em mente que quando falamos de sexo, não estamos necessariamente falando do nosso sexo, ok? Mulheres podem falar de sexo de forma general numa mesa de bar, por exemplo, sem pensarem que estão relatando suas experiências pessoais. Sexo é humano, natural, fisiológico e necessário para a sobrevivência da nossa espécie (no caso do sexo entre heterossexuais). Ainda não estamos falando de sentimento!

Somos ensinadas desde crianças que como mulheres nossos corpos são templos sagrados para total admiração, deleite masculino e hoje tenho bem clara qual foi a intenção deste "treinamento" na minha vivência: quanto menos a mulher se conhece menos propriedade e autonomia ela tem sobre si mesma. Sim, eu estou falando de masturbação! Conhecer seu corpo e as características dele, deveria ir além das aulas de biologia do ensino médio e assim muitas mulheres não seriam dominadas com sexo. Sim, isto é real! Muitas mulheres encontram-se hoje em relacionamentos abusivos e tóxicos porque descobriram o "melhor sexo da sua vida", enquanto seria muito mais simples se conhecer e poder se dar ao luxo de estar com quem quiser! Amiga, se você não quiser transar com você mesma, quem vai querer?

Há um tempo eu recebi uma mensagem no WhatsApp que dizia: "você é bem safadinha né? Gosta de falar besteira", isso depois de ter rolado o assunto sexo num grupo que eu e a pessoa que enviou isto  participávamos. O assunto era sexo no geral, não o meu sexo, eu como mulher adulta e civilizada participei da conversa e dei boas risadas, mas, parece que para este homem, mulher que fala de sexo é "bem safadinha".
Por isso a urgência de normalizar esse assunto entre nós. Não existe mal em falar de sexo e se você não se sentir à vontade de falar das suas experiências pessoais, não fale. Sexo é pode ser um assunto genérico, normal e cotidiano.

Não vamos mais ensinar as nossas meninas que "assunto de homem não é para mulher", elas precisam ter propriedade nos assuntos para que isso seja tranquilo na vida delas. Hoje no Brasil uma mulher é estuprada a cada quatro minutos, diversas vezes por seus próprios parceiros/namorados e muitas sequer denunciam isto por medo, por vergonha e as vezes por receio de como serão acolhidas pela sociedade. “Ah, mas ela provocou...", “Ah, mas mulher direita não usa essas roupas...", “Ah, mas você disse que queria..." São inúmeros os argumentos da sociedade apoiados nessa doutrina de que mulher não podem falar/pensar/aprender sobre sexo, porque seria "sujo ou impuro". Empoderar e conscientizar as mulheres à terem uma relação mais naturalizada com o assunto está diretamente ligado a correta punição de abusos deste tipo.

Quando ela conhece o seu sexo e tem liberdade para falar disto a mulher identifica e não teme reclamar os seus direitos.

Atualmente com a minha experiência junto a outras mulheres empoderadas a discussão fica bem mais leve e facilitada, quanto mais consciência adquirimos maior a preocupação de naturalizar o assunto para outras mulheres. Por isso, sempre que puder empodere uma mulher, vamos mostrar que sexo não tem que ser tabu, quanto mais nos conhecemos maior o nosso poder!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

AS PESSOAS NEGRAS E SUAS REFERÊNCIAS: REPRESENTATIVIDADE PARA QUEM?

julho 17, 2015 2
Sim, eu sou a louca da representatividade. Sou a louca que sai procurando negros em novela, filme, seriado, desenho animado, revista, livro, roupa, blogs... em tudo, porque isso importa e muito, além de criar no nosso imaginário uma outra posição para pessoas negras, que comumente são colocadas em posições de subordinação nas suas representações.
Quando eu era criança a maior representação negra que havia na TV eram as empregadas e os escravos, daí em diante foram surgindo as prostitutas, as amantes e qualquer negro que tenha crescido na década de 90 pode confirmar isso, foram tempos difíceis para nós.


Em 2000/2001 surgiu o Super Choque, personagem principal que ele não era ajudante de ninguém, não era capacho de ninguém. Super-herói negro, com família negra, poderoso, "dava choque", eu achava o máximo e realmente naquela época isso era o máximo. Por isso hoje eu considero tão importante valorizar e expor aqueles que nos representam de forma positiva. Então, hoje, quem anda nos representando na mídia?


Karoline dos Santos Oliveira nasceu em Curitiba em janeiro de 1987, mais conhecida como Karol Conka, é uma rapper compositora brasileira. Considerada uma das principais representantes do Rap feminino dos últimos tempos no país, sendo indicada a "Aposta" no VMB 2011. Começou sua carreira em um concurso escolar, até gravar sua primeira música demo, colocando suas canções em seu myspace oficial e mais tarde fazendo uma parceria com o rapper Projota, na canção "Não Falem!". Outra música que eu amo da Karol é a “Tombei”, o clipe é um tapa bem dado na cara da sociedade, rs!

Música “Preta” – Vítor Delatorvi e Marvin Pires, Conheci os meninos por causa dessa música M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A que alguém me apresentou num grupo do facebook! A música é linda, exalta a nossa estética, nossa beleza, a valorização dos nossos traços, tudo de bom! E quando conheci melhor o Vítor Hugo trocamos uma ideia bem legal no Encrespa Geral BH e eu fiquei ainda mais apaixonada com os projetos e ideais desse rapaz. Vale muito a pena conhecer esse trabalho!


Cada um na sua casa, a sinopse do filme: “O planeta Terra foi invadido por seres extra-terrestres, os Boov, que estão em busca de um novo planeta para chamar de lar. Eles convivem com os humanos pacificamente, que não sabem de sua existência. Entretanto, um dia a jovem adolescente Tip (Rihanna) encontra o alien Oh (Jim Parsons), que foi banido pelos Boov devido às várias trapalhadas causadas por ele. Os dois logo embarcam em uma aventura onde aprendem bastante sobre as relações intergalácticas.” Trailler do Filme. Um filme super fofo que eu levei meu filho para assistir SÓ PORQUE A PERSONAGEM PRINCIPAL É NEGRA. Sim, foi só por isso! Mas o filme é ótimo e muito divertido para as crianças, eu inclusive consegui me emocionar!

Representatividade importa sim, faz diferença sim! Para que nossas crianças pretas cresçam sabendo que nós podemos estar em todos os lugares que quisermos!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

EXISTE CINDERELA PRETA? COMO A "SÍNDROME DE CINDERELA" PODE AFETAR AS MULHERES NEGRAS

julho 13, 2015 0


Sempre acreditei que esse negócio de esperar príncipe encantado era uma furada. Na verdade, não entra muito na minha cabeça que uma mulher espelhe a sua vida em um casamento e fim. Um relacionamento sempre vai depender das duas pessoas para dar certo e projetar a sua felicidade integral em algo que não depende só de você eu considero meio loucura.
Mas eu não tenho embasamento acadêmico para isso, não tenho formação na área e toda a minha opinião sobre isso sempre foi "achologia". Hoje, na hora do almoço uma psicóloga falava na tevê sobre "A Síndrome de Cinderela" e as palavras dela explicavam exatamente o que eu acreditei a vida toda que era uma doença, mas não tinha tanto embasamento para citar isso. 
Então, resolvi me aprofundar no assunto e ler mais sobre. De fato, é um distúrbio e que precisa de terapia para ser tratado.
Basicamente, é isto: 

"O complexo da Cinderela foi criado em inícios da década de oitenta, por Collete Dowling uma psicóloga norte-americana. Esta mesma autora descreve, que o “complexo da Cinderela” ocorre quando existe um sistema de desejos reprimidos, memórias e atitudes que tiveram sua origem na infância. Neste fenômeno existe uma crença da menina ou princesa vai ter sempre alguém que a proteja e que a sustente, tal como acontecia com a Cinderela e o príncipe. Independentemente da idade, dentro dessas mulheres, existe uma criança que vive assombrando todos os níveis da sua vida, criança essa que ambiciona ter um “príncipe perfeito” que a proteja e lhe proporcione uma vida sem esforço e sem perigos. Consequência dessa crença, existe uma insegurança em vários níveis da vida, dando origem a todas as espécies de medos e dúvidas. Por consequência desses medos, insegurança e desse príncipe que nunca mais chega, as mulheres que sofrem deste complexo, subestimam-se a elas próprias, sabotando-se e menosprezando-se. Quando de fato encontram alguém ou um “príncipe”, as mesmas crenças que sempre o ambicionaram, podem provocar o seu abandono. Pois devido a essa crença, elas tornam-se extremamente dependentes, ao mesmo tempo que elevam as expetativas ao máximo, esperando que aquele “príncipe” lhe dará o mundo e fará todas as suas vontades. Isso irá provocar, por um lado continuas decepções, ao mesmo tempo que “asfixia” do “príncipe”. Por mais que o “príncipe” a valorize, nunca chegará. Além disso é obvio um sentimento transversal de incompetência e conformismo, pois abdicam de desenvolver as suas competências e conhecimento, por esperarem o “príncipe”. Para mulheres com este complexo, necessitar de trabalhar pode significar, que aquele não é o “príncipe”, pois se fosse, não necessitariam. Este complexo teve origem na educação, na cultura e nas sociedades essencialmente ocidentais. Pois durante muito tempo, o papel da mulher era ficar em casa, não trabalhavam, pois, a sociedade de forma geral, via o trabalho, o estudo e o conhecimento, quase exclusivo para os homens. Assim sendo, desde muito cedo, as pequenas mulheres eram educadas/formatadas para serem “princesas”. Gradualmente a sociedade veio-se alterando e com ela a educação. Atualmente já existem mais mulheres no ensino superior que homens. As mulheres têm acesso à informação, ao trabalho, tal como os homens. Contudo ainda muitas recusam todas essas oportunidades de evolução pessoal e profissional, centrando-se exclusivamente no “casamento de sonho”. As mulheres com esse complexo, possuem baixa tolerância à frustração, pois a sua competência de resolver problemas é muito escassa. Não são educadas para ser independentes e/ou autônomas, mas dependentes de um “príncipe”. Desistem com facilidade de algo que não tenha a ver com o seu “casamento” ou o seu “príncipe”. Não vão à luta, acomodam-se. É importante referir o forte papel na educação, destas crenças. Como estas há crenças de um emprego perfeito, de pessoas perfeitas, amigos perfeitos, dia perfeito. Provocando inevitavelmente continuas desilusões e inseguranças. É necessário ter em conta quais os conceitos que passamos para as nossas crianças, pois elas muitas vezes irão aprender literalmente. E como vimos irá influenciar necessariamente a sua vida futura a todos os níveis." Fonte

E a mulher negra, como fica nessa história?

É muito perigoso quando mulheres negras são afetadas por essa síndrome, já que a nossa objetificação natural na sociedade faz com que sejamos ainda mais vulneráveis a sofrer e desenvolver outros traumas em busca deste "príncipe salvador". Sejamos realistas e sensatas em admitir a nós mesmas que o homem perfeito, seja ele branco, preto, azul ou amarelo não existe e que precisamos lidar com as imperfeições da melhor forma. Estejamos atentas e prontas para pedir ajuda caso seja preciso, aceitar quando seja oferecido, para que estes sonhos não se voltem contra nós!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

CABELO CRESPO: NÃO É TRABALHO, É DIVERSIDADE!

julho 08, 2015 0
A frase mais ouvimos com certeza é: "nossa, deve dar muito trabalho!" Não dá trabalho. Prova disso é a diversidade que nossos cabelos crespos nos permitem. Cada dia você pode estar de um jeito e sem ter nenhum trabalho pra isso. 

Tranças BoxBraids
É a praticidade em forma de cabelo. Eu enquanto estou de tranças não tenho nem um pingo de preocupação porque simplesmente durmo e acordo pronta. Aqui tem alguns modelos, mas as possibilidades são mil. Você pode variar tamanho, espessura, cor, modelo e ter várias mulheres em uma só. Tem vídeo no canal ensinando como fazer as próprias tranças, você pode assistir neste link. E, após tirar as tranças, não se esqueça de cuidar muito bem dos cabelos, também tem vídeo no canal mostrando dias para recuperar seu crespo. 
A DIVERSIDADE DOS NOSSOS CABELOS CRESPOS 
Afropuff  
Eu simplesmente amo este penteado. É um dos mais rápidos e simples para se fazer. Em menos de cinco minutos você tem um penteado simples, clássico e que pode ou não pedir um acessório. 

A DIVERSIDADE DOS NOSSOS CABELOS CRESPOS 
Afropuff lateral e moicano
Mesmo nome, mas com um ar totalmente despojado o Afropuff lateral dá uma cara muito mais descontraída e moderna ao penteado. Quanto ao moicano, pode ser metade ou dos dois lados também fica lindo e ajuda a não repetir o cabelo durante a semana.

A DIVERSIDADE DOS NOSSOS CABELOS CRESPOS 
Crespos Coloridos
Mudar a cor dos crespos, por si só já derruba forninhos e acabou essa história de "tal cor não combina com tal pele", mostrando que nós podemos tudo. O cabelo crespo precisa naturalmente de muito cuidados, se entrar tinta na parada ainda mais, mas não é nada de outro mundo. No canal Na Veia da Nêga, no Youtube, tem vídeo mostrando produtos baratinhos e muito bons para descolorir os cabelos em casa. 
A DIVERSIDADE DOS NOSSOS CABELOS CRESPOS

Faixas e Turbantes
Os turbantes estão entre os meus acessórios favoritos e salvam a gente de um “bad-dayafter”, por exemplo, além de serem puro luxo e resistência (isto mesmo, turbante não é "acessório" para esconder cabelo que não deu certo). As amarrações ficam a cargo da sua criatividade e quase tudo pode virar um turbante: lenço, echarpe, blusa antiga, calça antiga, vestido antigo! Tudo pode virar coroa. 

A DIVERSIDADE DOS NOSSOS CABELOS CRESPOS

terça-feira, 7 de julho de 2015

O QUE É MACHISMO? VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA ISSO QUE TANTO SE FALA?

julho 07, 2015 6
É uma das palavras mais reproduzida das redes sociais nos últimos tempos, mas você sabe o que é machismo de fato? Eu demorei um certo tempo para entender o que é o machismo e como ele poderia me prejudicar. Era tudo muito complexo para eu entender o que as tais feministas queriam dizer, afinal como eu poderia "odiar os homens"? Eu precisava deles para viver e me achar bonita, não é mesmo? 

VOCÊ SABE O QUE É MACHISMO DO QUAL TANTO SE FALA?

Comecemos então do começo. Com 12 anos, os meninos da minha sala fizeram uma lista para eleger a menina mais bonita da turma, analisando diversos quesitos como em um concurso de miss de verdade e eu, fui eleita a mais feia (ou a menos bonita como vocês preferirem chamar).
Eu perdi ali, além da minha autoestima, todos os poucos motivos que eu tinha para me arrumar. Porque eu precisaria me esforçar para ser bonita, se os homens já haviam me eleito a mais feia? Era para eles que eu deveria me arrumar e não adiantaria mais, já que eles já haviam me julgado feia.
Com doze anos eu estava na sexta série e eu ainda brincava de bonecas, com o corpo ainda em formação eu não tinha a menor graça "para eles". Só no ano seguinte quando isto começou a mudar, vieram as curvas e os volumes, eu comecei a aprender que "usando isto" eu não continuaria sendo a "mais feia" da turma. Daí veio o alisamento, a calça jeans apertada e todo o pacote completo de ajustes à sociedade. Deixei de ser a feia e passei a ser a “gostosa” para, mais uma vez, pautar a minha autoestima no gosto masculino.
Na adolescência eu fui comum, nada de "porraloucar" por aí, afinal o que os homens iriam pensar, não é? Tive namoros longos e hoje consigo enxergar que foram todos relacionamentos abusivos, onde eu era lembrada sempre que era "feia" e tinha dado a sorte daquele bom rapaz querer me namorar e caso eu não fosse boazinha o suficiente, rapidamente uma "mais bonita" ocuparia o meu lugar.
Algumas vezes era pior, às vezes era bacana ficar comigo as escondidas, mas não para a turma saber, afinal, o que eles iam pensar se o homem estivesse com a feia? E mais uma vez eu era lembrada de qual lugar eu deveria estar. Era divertida, era legal, era “gostosa”, mas não era para dar aquela voltinha de mão dada na hora do recreio. Beijo só atrás da sala. Escondido.
Eu realmente me achava feia. Detestava os meus traços, não usava batom para não ficar com a boca ainda maior, alisava o cabelo todos os dias com a chapinha e não gostava de tirar fotos. E o comportamento masculino só reforçava isto.
Entre todos estes relacionamentos abusivos o último deles foi o que me ensinou o que é o tal MACHISMO e me fez sair da zona de conforto. Ele foi pautado no desrespeito e subjulgamentoe constantemente ouvia uma frase não me saí da cabeça: "Nunca tive coragem de ficar com uma negra. Você é a primeira!".
Na época eu via isso como um elogio, hoje enxergo o peso que isso teve para que a vida tomasse o rumo que tomou. (...). Deste relacionamento veio o meu filho e quando eu me vi mãe de um homem, eu decidi que eu não criaria mais um machista para o mundo.

Mas e aí, o que é machismo afinal?

VOCÊ SABE O QUE É MACHISMO DO QUAL TANTO SE FALA?

E também, quando garotos classificam garotas segundo seus atributos e decidem quem é melhor que quem - É MACHISMO! Quando a mulher deixa que o homem decida o rumo da sua autoestima - É MACHISMO! Quando o parceiro tenta ameaçar a parceira psicologicamente - É MACHISMO! Quando a mulher pauta sua vivência pelo que o "omi" vai pensar - É MACHISMO! "Quando uma mulher recebe até 50% menos para desempenhar a mesma função que um homem - É MACHISMO" (Marcele Monteiro). "Quando o pai incentiva o filho a cantar mulheres na rua porque "homem tem que ser o predador" - É MACHISMO (Pri Ribeiro)."
Foi muito importante descobrir que a minha autoestima não depende da avaliação de ninguém. Eu sou bonita e ponto.
Machismo é o sistema que tenta apontar todos os dias que você mulher é menor, inferior, silenciada!

E o mais importante, só uma mulher pode apontar o que é machismo!

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