quarta-feira, 30 de setembro de 2015

OUVINDO ATÉ ENJOAR: MINHA PLAYLIST #SETEMBRO

setembro 30, 2015 0

Oi gente, o post de hoje é para todo mundo desenferrujar. Vou dividir com vocês o que eu ouvi ao longo deste mês no meu foninho! Eu sou daquelas pessoas que quando gosta de uma música ouve cem mil vezes até enjoar, coloca no fone, no trabalho, faz os vizinhos ouvirem... Sim, eu gasto a música até não aguentar mais #quemnunca? Hoje eu resolvi fazer uma lista das dez mais ouvidas por mim esse mês, dividir meu gosto e talvez apresentar pessoas que talvez vocês ainda não tenham ouvido! 
Sou bem eclética, gosto e ouço quase tudo então a playlist é bem variada e dá para todo mundo ouvir um pouquinho ok?


1. MEU BEM - Pearls Negras 

Adorei a música, adorei as meninas e confesso que até um mês atrás eu não havia dado a devida atenção ao trabalho delas. São negras, periféricas e estão fazendo o maior sucesso lá fora. Está na hora da gente começar a valorizar as pratas da casa não é? As meninas são muito boas!


2. #pratsculachar - Rico Dalasam

Eu poderia dar apenas três motivos para
vocês conhecerem o trabalho do cara: preto, gay e periférico! Mas ele realmente é muito mais que isso. As rimas são boas, ele é empoderado, consciente... Tudo de bom e esta música é realmente linda. 



3. Que Sorte a Nossa - Matheus e Kauan 

Não, eu não curto "sertanejo universitário". Não frequento as baladas, não conheço os artistas, não me ligo em lançamentos... NAAADA DISSO mas esta música é linda, apenas...




4. Ríquissima - Rico Dalasam 

Ai gente, tenho um crush por este cara, confesso... As músicas dele já estão gastas no meu celular porque ouço o tempo todo, danço e canto na rua, rs. Perigo as pessoas me acharem maluca, mas o som dele é muito bom!


5. Preta Perfeita - Lucas e Orelha 

Eu ouço os meninos o tempo todo. Gosto da voz, da musicalidade e das letras apesar de ser um som bem comercial. Sem contar que o clipe desta música só tem pessoas negras e eu realmente amei isto.



6. Não Foi Cabral - MC Carol 

Não foi mesmo porque quando os invasores portugueses chegaram aqui, já havia gente, povo, já havia história e eu me recuso a comprar esta estória contada pelos colonizadores. A bicha lacrou nesta letra!



7. Vai dar Ruim - Dream Team do Passinho 

Adoro para dançar. É bom, é envolvente é gostoso... É daquelas músicas que você dança até sem querer sabe? E a Lelezinha é linda demais, dança como ninguém e ocupa um espaço majoritariamente masculino nós precisamos valorizar isto. 





8. Anaconda - Nick Minaj 

Eu ouço ela por motivo de: ela é linda, diva, maravilhosa, dextruidora, lacradora, empoderada, negra, maravilhosa (já falei né, risos)... Nick é tudo de bom, adoro dançar ao som dela.




9. Mulheres Negras - Yzalu 

Dispensa explicação, descrição e comentários. Esta música é A música.





10. Mc Romântico - As Novinhas tão Sensacional 

Esta música está aqui só para sinalizar que eu sou sim funkeira. Daquelas que arrasta o forninho ao som do batidão e isto não me faz menos culta ok? HAHAHAHHA





Bom, esta foi a minha seleção de músicas que ouvi até não aguentar mais durante o mês de setembro. Música é comigo mesma, eu adoro! Sempre vai ter um Top10 aqui no blog, com temas diversos e eu gostaria mesmo de conhecer o gosto musical de vocês! Deixem aqui nos comentários sugestões de músicas para eu variar?
Abraços a todos e até o próximo post!



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

TRANSIÇÃO CAPILAR VAI MUITO ALÉM DE CABELO!

setembro 28, 2015 1

Oi gente, tudo bem com vocês?
O assunto de hoje é transição e para ser mais específica a minha própria transição! No meu post sobre ‘crescimento capilar’ eu contei bem por alto sobre este período, mas passeando pelos grupos de transição no Facebook eu sinto muita necessidade de que este assunto também seja abordado do ângulo político! Transição não é só deixar de alisar o cabelo porque se fosse algo simples nós faríamos isto logo e sozinhas, mas é algo complexo bem complexo!
Nos anos que procederam à abolição da escravatura foi vista uma “moda” surgir entre as mulheres pretas O ALISAMENTO CAPILAR, no começo eram pastas (cremes alisantes) a base até de algo parecido com o que conhecemos hoje como soda caustica, depois o pente quente. A pasta virou “creme relaxante” e o pente quente virou chapinha e a “moda” não passou!
O padrão de beleza imposto na sociedade brasileira era e continua sendo o padrão eurocêntrico, com cabelos lisos, quadris finos, “traços finos” (entre aspas porque acho esta expressão ridícula), enfim tudo que remeta a branquitude que é colocada com a máxima de beleza (e não é). Entrar em transição e assumir um cabelo crespo (e neste texto eu não estou falando de assumir cachinhos dourados do filme ok?) é um ato político, um afrontamento a todos estes padrões além do que, o que a sociedade tolera são os cachos, não os crespos!

A HISTÓRIA PESSOAL

A minha primeira transformação química nos cabelos foi aos dez anos de idade. A minha mãe fazia relaxamento e logo que eu tomei uma idade “aceitável” tive os cabelos relaxados. Para ela era muito difícil, trabalhoso cuidar, muito cabelo, era complicado de pentear porque eu chorava e reclamava muito afinal dói a beça pentear cabelo crespo seco ou quase seco, então relaxei e aquele cabelo que “nem pente entrava” ficou mais “baixinho” e comportado. Já dava para eu me virar sozinha às vezes e aquilo era um milagre, porque eu realmente tenho muito cabelo (já tinha naquela época) e era muito difícil arrumar todos os dias antes da escola.
Aos 12 anos eu já fazia relaxamento todo mês e minha maior felicidade era quando escovava o cabelo, sentir ele balançando ao vento era incrível quase como as princesas dos filmes que eram todas de cabelo liso (inclusive as negras). Com 15 anos eu decidi que o relaxamento de guanidina já não era o suficiente, ainda ficava volumoso e eu podia até ter cabelo crespo, mas para o alto não. Não mesmo! Saí da guanidina para o hidróxido de sódio e a primeira aplicação ficou LINDO (lindo mesmo), eu tenho o cabelo tipo 4a, b, c e ele ficou algo parecido com um cabelo 3b. Isto só na primeira semana pois como toda química não dá um efeito natural de verdade, com o hidróxido de sódio não deveria ser diferente. Quando a raiz começava a inchar lá corria eu para aplicar SOZINHA mais um pouco de hidróxido na raiz e o que aconteceu? QUE-BROU! Não era difícil de imaginar que eu ficaria careca usando este alisamento fortíssimo, sozinha e num prazo pequeno, depois disso meu cabelo nunca mais prestou para NADA! Fui então para a progressiva porque pelo menos ficaria liso. Não, não ficava liso! Todos os cabeleireiros sempre me juravam que com o produto deles eu não precisaria escovar e pranchar somente “bater o secador” como dizem aqui! Às vezes eu fico achando que era bater mesmo o secador na cabeça (risos) porque nunca dava certo! Progressiva em cima de progressiva e isso seguiu por 7 anos. Em 2011 eu fiquei grávida e mesmo grávida eu não consegui ficar sem relaxar, fiz uma vez durante a gravidez para “me sentir mais bonita” (você me deve isto, sociedade racista e preconceituosa nojenta) apesar de não ser aconselhado por nenhum médico. Amamentando fiz de novo, sob a mesma justificativa ainda não sendo recomendado. Lembro que em meados de 2013 eu tive a vaga sensação de que poderia parar de alisar e cuidar dos meus “cachos” e a cabeleireira foi taxativa em me aconselhar: “cachos? Que cachos minha filha? Esse cabelo duro não faz cachos, tem que alisar isso aí” seguido de risadinhas para soar como brincadeira. Eu fiquei me sentindo um lixo naquele dia, mas sorri porque eu também acreditava que meu cabelo era duro e a única coisa que daria conserto nele seria a santa progressiva dela!

O EMPURRÃOZINHO QUE FALTAVA

Em dezembro de 2014 eu conheci uma garota que havia acabado de desistir da transição e foi ela (por incrível que pareça) que me apresentou ao mundo do cabelo natural! Me mostrou vídeos, tutoriais, me ensinou a fazer fitagem e me apresentou uma vloger famosa que de empoderada não tem nada, mas arrasa nas dicas para os cabelos cacheados! A blogueira em questão usa química então eu pensei que poderia usar algo levinho ou um permanente afro para ter os tão sonhados “cachos da moda”. Quando eu entrei em transição eu não sabia ainda a real dimensão daquilo que estava me arriscando a fazer, durante toda a vida mudei de cabelo na hora que quis (e como a sociedade impunha) e na minha cabeça aquilo seria só mais uma mudança talvez radical, mas não que mudasse tanto a minha vida de alguma forma. Depois de conhecer a vlogueira famosa, eu fui procurar no Facebook alguma luz, ou talvez uma ou duas meninas que estivessem passando por aquele mesmo momento para me aconselhar. Foi neste momento que encontrei o grupo (famoso) Cacheadas em transição que nessa época não tinha mais de 10.000 meninas eu acho (o que é pouco em vista das mais de 100.000 que tem hoje) e descobri que isto era uma realidade, tinha muita gente quebrando os padrões!


RECONHECIMENTO

No grupo das cacheadas havia muitas meninas empoderadas e que naquela época tinham muito mais voz, eu li e vi muitas discussões bacanas de negras realmente conscientes de que deixar de alisar o cabelo é muito mais que estética, é confrontar todos os padrões que mencionei no começo deste texto é dizer para a sociedade “EI, FODA-SE” e para mim, foi o momento de decidir que eu não queria a moda dos cachos, eu queria a liberdade dos meus cabelos. Era preciso fazer uma análise de dentro, buscar lá nas memórias tudo que eu havia absorvido e encarado como depreciativo na minha estética. E não vou falar que foi fácil porque não foi, a sensação de cair na real neste assunto é assustadora! Você acaba percebendo e lembrando de diversas situações em que você foi confrontada com o racismo e não havia percebido, este choque de realidade é assustador! Por isso eu sempre digo para as pessoas que pensam em algum momento entrar em transição “preparem o psicológico porque a parada é pesada e dolorida”.




TRANSIÇÃO INTERNA, POR ONDE COMEÇAR?

Transicionar não foi só por fora no meu caso, digo sempre que o black só nasceu na cabeça depois que a ideia foi bem plantada no coração. É preciso desconstruir muitas coisas antes de enfrentar este processo ou você corre o risco de desistir no meio do caminho ou pior, passar por todo o processo e depois de tudo pronto “desistir” e alisar! Primeiro de tudo você precisa sentar e pensar quando é que eu comecei a odiar o que eu vejo no espelho? Quando é que eu comecei a achar feio o meu cabelo? O que eu ouvia que me fez achar que precisava me adequar a um padrão para ser aceita? Todas estas perguntas precisam ser respondidas a você mesma porque só assim você vai saber contra quais monstros internos terá que lutar! Acredite, as piadinhas voltam, as risadinhas voltam, o racismo vai tirar a máscara e gritar bem feio na sua cara. Se você não souber o que está enfrentando não saberá como lutar! Só desconstruindo o preconceito que nós absorvemos é que fica possível enfrentar o preconceito vindo de fora (que por sinal é bem cruel). Quando eu era adolescente acreditava mesmo que meu cabelo era duro e hoje acho inacreditável a maciez do meu cabelo, quando eu escovava/alisava ele era sim duro porque eu não podia passar uma escova para pentear que era surpreendida por milhares de toquinhos quebrados na roupa, no chão era muuuito cabelo quebrado mesmo, o que me leva a outra mentira sobre o meu cabelo pois eu acreditava que ele não crescia realmente, mas hoje tenho ciência de que ele crescia sim e por estar duro (rígido), mal tratado e seco ele quebrava assim não havia como perceber crescimento.

Este post corria sério risco de ficar imenso porque eu realmente tenho muito a dizer sobre isto, mas por hora é só! O que realmente precisa ser discutido e escancarado é que ao contrário do que a mídia de massa insiste em pregar, entrar em transição e assumir seu cabelo crespo não é uma "moda" ou uma "onda" entre as mulheres negras, isto é sim um ato político de afrontamento e resistência ao sistema de opressão a estética negra que está implantado a anos no nosso país!
Resistamos e sejamos fortes pois nós somos as referências que não tivemos quando éramos crianças. 
Abraços a todos e voltem sempre ao blog!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

DIVULGUE AS PRETAS: BLOG 'BELAS MUCHACHAS'

setembro 25, 2015 3
Oi pretas e pretos, tudo bem com vocês?
Hoje tem novidade na postagem. Estou inaugurando uma nova tag aqui no blog que vai se chamar #DivulgueAsPretas! Pretendo postar uma vez por semana, o blog de alguma blogueira negra que fale sobre tudo, tudo mesmo para que possamos fazer circular essas minas cheias de talento (e porque não os 'minos' também?) e prestigiar as nossas blogueiras! 

Eu preciso confessar que nunca fui muito ligada em acompanhar blogs mas tem muita gente legal com assuntos bacanas rolando na internet e vale muito a pena seguir estas meninas!

A lindíssima Anne Oliveira do Belas Muchachas vai ser a primeira da lista (de muitas eu espero) a aparecer aqui no blog com esta tag!


Cabeçalho do Blog, achei lindo!


Eu fiquei apaixonada pelo layout deste blog, lindo, leve, cores que não incomodam... Está de parabéns mesmo. Além de tudo é bem fácil encontrar as coisas, não é bagunçado sabe? Agradável mesmo de navegar...



Carinha do blog - Super Clean e Agradável


A primeira postagem que vi o dia que entrei foi esta (Cabelo, Cabeleira, Cabeluda, Descabelada! Transição capilar em ação!) e preciso dizer que as fotos da Anne me deixaram no chão! Gente, como ela é linda. Contou neste post sobre a transição dela e tem fotos lindas tanto antes, quanto depois de encrespar.




Corpo do post - Lindo!


Seguindo a leitura, preciso destacar que ela escreve muito bem! Poucos vícios de linguagem, usa um pouquinho de internetês mas quem é que não usa hoje em dia não é mesmo? Nada que impeça a leitura ou dificulte!


Playlist dela / Apresentação


Outro mimo do blog é que você pode ficar curtindo as músicas preferidas da Anne enquanto navega, sempre bom ampliar nosso repertório não é mesmo?






Anne Oliveira, contatos.


Eu espero que vocês tenham gostado do post e visitem o blog da Anne, tem mesmo muita coisa legal, muito post bacana, muita dica para as pretas e vamos combinar que a gente precisa lotar os Blogs das Pretas pra ver a nossa cara na internet ok?

Se vocês tiverem ou forem blogueiras negras para indicar para compor esta sessão deixem aqui nos comentários para eu visitar. Estou amando enegrecer meu repertório!

Abraços a todos e voltem sempre!




terça-feira, 22 de setembro de 2015

#LOOKMENOS50: COM QUE ROUPA EU VOU?

setembro 22, 2015 2
O post de hoje é sobre ECONOMIA, porque em tempos de crise não está sendo fácil comprar roupa não minha gente! O look do post de hoje eu gastei menos de R$50,00 sem contar o sapato que eu já tenho a bastante tempo e inclusive já tentei até me desfazer dele, ainda bem que não deu certo!
Esperem que gostem do post.

Fotografia: Leandro Alves

Preciso dizer que eu não sigo tendências, uso o que me agrada e o que me faz bem, mas entender um pouco de moda me ajudou a solucionar aquele problema chamado EU-NÃO-TENHO-O-QUE-VESTIR, rs. Antes eu comprava muitas peças que não conversavam sabe?

Não combinavam entre si e acabava tendo um monte de peças sem nexo entulhadas no guarda roupas e vivia reclamando por não conseguir compor nenhum look mesmo tendo muita coisa! Depois, vieram as responsabilidades e acabou essa época de "comprar muita coisa, agora eu preciso me virar!

Esse look eu usei pra fotografar um book pessoal, mas não é nada que eu não usaria numa balada ou numa reunião com as amigas e o mais assustador é o quanto eu gastei pra montar ele...
Vamos descobrir?


Fotografia: Leandro Alves

Eu trabalho em um shopping, todo o santo dia e as promoções se jogam na minha cara de forma que é impossível não olhar e se a Deusa ajudar, comprar também. Este croped lindo e maravilhoso em uma das cores da cartela pantone para o próximo verão não é lindo? Comprei ele na liquidação da C&A por 12Rúbias! Sim Brasil, doze rúbias! Veste muito bem, super confortável e lindo!


Fotografia: Leandro Alves

Essa calça tem uma história engraçada! Também é da C&A e eu vi ela chegando a vitrine em janeiro deste ano. Linda, maravilhosa e cara, bem cara pro meu orçamento mas resolvi esperar porque sabia que ela seria remarcada! Não deu outra, em abril ela foi remarcada e eu comprei por 19Rúbias! 
Roupa pra mim tem que vestir bem, ter qualidade e me agradar. Não me espere entender de grifes e marcas famosas porque eu não entendo mesmo, não decoro até porque isso não faz nenhuma diferença na minha vida, mas faria uma enorme diferença na minha conta bancária, rs!
Ano passado a cantora Anitta foi bastante criticada porque o vestido que ela usou em algum evento que não me recordo estava em liquidação na Riachuelo, queridos liquidação é meu segundo nome e eu A - D - O - R - O pagar barato e me vestir como eu gosto!

Outro ponto importante: eu repito roupa, roupa foi feita para usar de preferência até rasgar (e se for uma roupa que você gosta muito, mande costurar), o mundo anda meio "descartável" ultimamente e eu não gosto dessa onda, imagina no tanto de CO² que vocês estão produzindo comprando uma roupa por final de semana depois entulhando tudo no armário! Usem as roupas, repitam as roupas, mudem as combinações e parem de achar que roupa é descartável, não é minha gente!
Fotografia: Leandro Alves

Exemplo disso é o sapato do look, tenho ele a bastante tempo de mesmo assim continua compondo lindamente as minhas produções. É um Dakota, a qualidade é incrível (o que não dá pra abrir mão quando falamos de calçado) e é super confortável, nem parece que estou de salto alto. Continuarei usando enquanto ele servir pra isso!


Fotografia: Leandro Alves

O Look ficou assim super confortável e elegante cores e estampas atuais e sem gastar muito dinheiro! Gostaram? Eu amei essa composição! 
Se você tem alguma sugestão pra esse look, pode deixar aqui nos comentários que eu vou amar descobrir!

CROPED VERDE (LUCITE GREEN) R$12,00 || CALÇA 'PIJAMA' ANIMAL PRINT R$19,90 || SAPATO SALTO (ACERVO PESSOAL)

Beijo para todo mundo e até a próxima!



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ESCURECENDO CONCEITOS: PELE NEGRA TATUADA PARTE II

setembro 09, 2015 2

Oi pessoal, vamos continuar o assunto? No post de hoje duas mulheres negras falando sobre suas experiências com suas tatuagens e mais dicas sobre o tema!


A pergunta que não quer calar: Vai doer?

Doer vai minha gente, isso não posso mentir! Mas limiar de dor varia de cada um para cada um e é impossível o outro determinar quanta dor você vai sentir. A opinião unanime de todos os tatuados que eu conheço é QUANTO MENOS GORDURA OU MÚSCULOS, mais dói e nisto eu sou obrigada a concordar! 
A sensação que a gente sente enquanto é tatuado também varia de pessoa para pessoa, em mim foi como uma queimação semelhante a quando você esfola alguma parte do corpo, foi exatamente o que eu senti mas algumas pessoas descrevem como uma sensação de calor, queimadura ou simplesmente "nervoso" durante o processo e vale lembrar que muita gente fala que dói mais traçar que colorir o que no meu caso também foi verdade, em vista do traçado o colorido não doeu nadinha!



Depois de perguntar se vai doer, o mais comum é perguntarem: Tem como não doer?

Mais uma vez isso vai variar de pessoa para pessoa, o que eu posso dizer é que quanto mais nervoso ou tenso você estiver, maior o nível de dor! É muito importante estar certo do que você vai fazer e ter confiança no profissional que lhe atende, assim pode ser que você esteja menos tenso na hora e isso reflita na sua sensação. Existem pessoas tão acostumadas a se tatuar e que confiam tanto nos seus profissionais que até  dormem durante o processo!






Protetor solar

É muito importante proteger a nossa pele de forma geral das agressões do sol, não só as peles tatuadas ok? O sol a longo prazo vai ter o mesmo efeito do laser apagando sua tatuagem e nós não sofremos horas tatuando pra depois perder não é? Existe um mito que a pele negra não precisa de protetor solar e isto é mentira, nossa pele é muito sensível inclusive a manchas e precisa sim ser protegida!







Sobre os mitos que envolvem a nossa pele tatuada existem vários e este post também conta com vários tatuados da vida real falando de fatos sobre como a sociedade aplica o racismo na nossa pele desenhada...


Quando você começou a se tatuar?
Fiz minha primeira tatuagem aos 18 anos, uma escrita no ombro esquerdo, uma palavra, significando todo um período da minha vida e algumas pessoas especiais, aos 19 tatuei um pássaro no braço direito e aos 20 fiz meu dois gatos no antebraço direito.

Sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? Já recebeu alguma recomendação absurda pelo fato de ter a pele negra tatuada?
Nunca gostei de tatuagens coloridas, até minhas ilustrações são uma mistura de caneta bic preta, nanquim ou qualquer outro material forte e escuro. Já ouvi muito que cor não ficaria bem em mim, que mesmo que eu gostasse e quisesse fazer era melhor não fazer porque não ia "destacar bem".

Sabemos que a sociedade tende a nos marginalizar por isso, como você lida com essas questões?
Já ouvi algumas vezes que tatuagem é coisa de bandido, de gente que não presta e não como uma menina como eu, que ficaria mais feio ainda, rude, vulgar.


Sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? Já recebeu alguma recomendação absurda pelo fato de ter a pele negra tatuada?
Sobre pérolas, uma vez na piscina me disseram (muito sério): "você não devia estar no sol, gastou dinheiro a toa com essa tatuagem, porque como você é mais escurinha, quanto mais sol pegar, mais ela vai sumir né? risos".


Sobre o preconceito e estereótipos já foi ofendido alguma vez pelas suas tatuagens?
Nós negros sofremos bem mais preconceito com isso, as pessoas se sentem no direito de interferir, apontar o dedo, encher o saco. Lidar com isso no começo é meio difícil, com os anos passando você se acostuma a ignorar, responder a altura, mandar pro inferno... 
Adoro imagens mais darks, diferentes, isso também ajuda um pouco a acentuar o preconceito com gente tatuada, principalmente negros. Apesar de ser secretária no meu local de trabalho ninguém interfere ou pede para esconder (como já fizeram antes) e nem olham torto, pelo menos da parte das minhas superiores. Tive sorte, sei que isso não é regra.
 

Enfim, eu não vou parar de me tatuar, fazer uma coisa mais "fofinha" pra não pegar mal e nem deixar de fazer algo colorido (caso um dia quiser) por ter a pele escura, tatuagem é pra negro sim fica lindo, fica foda e não podemos deixar de fazer algo que queremos pelo preconceito que isso acarreta, é por a cara no sol mesmo e ponto.




Quando você começou a se tatuar?

Minha primeira tatuagem eu fiz quando tinha 23 anos, em 2013. A segunda eu fiz em 2014 aos 25 anos.


Sobre o preconceito e estereótipos já foi ofendida alguma vez pelas suas tatuagens?
Lembro de uma situação em que uma senhora evangélica que me conhece desde pequena e é praticamente minha vizinha, perguntou porque eu fiz essa "imundice" no braço. Em outras ocasiões em lugares onde não me conhecem, olham com pavor ou admiração. Já notei uma se benzendo ao olhar para a minha tatuagem.

Sabemos que a sociedade tende a nos marginalizar por isso, como você lida com essas questões?
Quando eu decidi fazer a minha tinha plena consciência da mensagem do que as tatuagens transmitem, ao preconceituosos, principalmente. A primeira que eu teria que lidar seria com minha mãe e meu pai, que claramente reprovam. Pois para eles  “tatuagem é coisa de malandro/bandido/desocupado/maconheiro". Quando fui fazer a primeira, avisei pra minha mãe que ia fazer algo que ela não iria gostar (eu tava profundamente magoada com eles, então não me importei em agradá-los), o resultado foi o desgosto que ela passou a ter de mim mas eu já tava ressentida, não me importei com os sentimentos dela e o mesmo se aplica ao meu pai. Sobre lidar com a sociedade, eu era independente então não devia satisfação a ninguém, por isso tais preconceitos não me impediram de ir em frente. Outra questão que eu tinha consciência que teria que lidar, era saber que mulheres tatuadas estão relacionadas a promiscuidade ou lesbianismo. Sobre isso, eu já me considerava de mentalidade aberta.

Sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? Já recebeu alguma recomendação absurda pelo fato de ter a pele negra tatuada?
As pessoas até que não falam muitas pérolas. Mas olham espantadas ou admiradas. A única recomendação que recebi foi usar filtro solar.

Tatuagem é a única coisa que você vai levar para o túmulo. Tatuagem não faz de você criminoso ou bandido. Tatuagem é arte! E arte é liberdade de expressão e criatividade. 
"E quando você envelhecer?" Quando eu envelhecer vou ser uma velhinha descolada. E se você ficasse cego continuaria julgando as pessoas pela aparência? 
"Ele (a) tem tatuagem, então deve ser maloqueiro". Aparência não define caráter.


Ainda não encontrei nada mais gratificante neste meu novo trabalho do que ouvir os meus iguais, são vivências tão lindas e enriquecedoras que eu só posso agradecer essa parceira de vocês com o blog! Foi muito bom fazer estes posts, ouvir pessoas negras e sentir que não estou só neste mundo de loucuras!
Representatividade importa, inclusive para aprendermos a lidar com o preconceito e o racismo com um sentimento de "não estar sozinho".
Espero que tenham gostado do post tanto quanto eu!
Um agradecimento a todos que colaboraram e dividiram comigo e os leitores do blog as suas histórias, vocês e suas tatuagens são lindos!

Abraços a todos e até o próximo post!


terça-feira, 8 de setembro de 2015

ESCURECENDO CONCEITOS: PELE NEGRA TATUADA | PARTE I

setembro 08, 2015 3

Oi Pessoal, muito obrigada por estarem aqui, sempre fico muito feliz com tanta troca que está ocorrendo entre o blog e vocês! Bom, o assunto de hoje é pauta pessoal (risos) a pele negra e os mitos em torno das nossas tatuagens!

Na ocasião da minha primeira tattoo eu ouvi muitos palpites malucos e previsões insanas para a minha futura tatuagem, o preconceito já existe em torno dos tatuados e se o tatuado for negro então a coisa piora e o post de hoje é pra ajudar a desconstruir algumas coisas!


CUIDADOS COM A PELE RECÉM TATUADA (QUALQUER PELE, OK?)

Antes de fazer uma tatuagem a pele (negra ou não) precisa estar limpa, não sensibilizada e bem hidratada. Se você faz bronzeamento artificial por exemplo, isso deixa sua pele mais sensível, pode prejudicar a cicatrização e um acabamento perfeito da sua tatuagem. A hidratação da pele deve ser constante e se você pretende fazer uma tatuagem capriche nisto previamente! 


TENHA UM PROFISSIONAL DE CONFIANÇA que saiba muito bem o que está fazendo! Tatuagem é uma marca para sempre (a menos que você vá encarar o tratamento a laser para removê-la), além dos riscos que você corre se realizar o procedimento sem todos os cuidados higiênicos necessários!
USE O CURATIVO PELO TEMPO CORRETO pois a tatuagem é literalmente uma ferida aberta assim que você faz, por isso é importante protegê-la pelo tempo indicado pelo profissional (isso pode variar de duas até quarenta e oito horas) para evitar infecções, inflamações e problemas graves em sua tatuagem.
MANTENHA O LOCAL SEMPRE HIDRATADO PELA POMADA indicada pelo profissional. Eu quando fiz as minhas utilizei o bepantol, mas
a indicação da pomada é para manter o local sempre hidratado para que o ressecamento não prejudique a cicatrização da sua tatuagem!
EU SEI QUE COÇA, MAS NÃO COCE OK? Como eu disse a tatuagem é literalmente uma ferida em que foi depositada tinta e precisa fechar com essa tinta lá dentro, se você coçar vai impedir isso correndo o risco de ter uma tatuagem cheia de falhas depois da cicatrização e tendo que retocá-la. Você não vai querer passar por tudo de novo só porque não resistiu a tentação de coçar! A minha dica é, se sua pele estiver corretamente hidratada a coceira diminui consideravelmente.
NÃO PODE ARRANCAR AS CASQUINHAS tá bom? Eu sei que é tentador mas tenha cuidado, da mesma forma vai atrapalhar a cicatrização te trazendo riscos de infecções.
ÁGUA E SABÃO para higienizar a tatuagem é o ideal. Isso pode ser feito durante o banho mesmo e não precisa ser feito várias vezes ao dia. Deem preferência ao sabão neutro sem perfume para evitar qualquer possível alergia.
SOL E PRAIA enquanto está cicatrizando não é  recomendado ok? Evite o contato com areia, água salgada exatamente para evitar a proliferação de fungos. Lembrando que o protetor solar só deve ser usado na tatuagem depois dela estar completamente cicatrizada!


Sobre os mitos que envolvem a nossa pele tatuada existem vários e este post conta com vários tatuados da vida real falando de fatos sobre como a sociedade aplica o racismo na nossa pele desenhada...



Quando você começou a se tatuar?
Comecei aos 22 anos de idade, minha primeira tattoo foi uma clave de sol entre as máscaras que representam a arte de atuar.  

Sobre o preconceito e estereótipos já foi ofendido alguma vez pelas suas tatuagens?
Sim, minha família é extremamente conservadora e eles acreditavam que ter tatuagem era coisa de vagabundo, drogado e etc.

Sabemos que a sociedade tende a nos marginalizar por isso, como você lida com essas questões?
Apesar de ser muito difícil eu tento não ligar, acima de tudo procuro sempre me empoderar e passar por cima de todo preconceito. Porém, todas as minhas tatuagens são em lugares que não ficam totalmente expostos muito disso pelo preconceito que enfrento no trabalho, então acabo me policiando e nem sempre posso exibi-las como gostaria.

Sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? Já recebeu alguma recomendação absurda pelo fato de ter a pele negra tatuada?
Já ouvi que é difícil, que tinta não pega, que dá queloide, que a tatuagem não pode ser colorida, que dói mais que em uma pessoa branca, que apaga rápido, que os detalhes não apareceriam. Não me lembro de nada que não fosse referente ao preconceito, coisas do tipo tomar cuidado com a policia.

Em relação ao preconceito que sofremos, o que tenho a dizer é, eles terão de aceitar que apenas observem, pois nós estamos passando, nós somos lindos, nossa pele é linda, nossos cabelos e traços são lindos, nossas tatuagens são lindas!


Quando você começou a se tatuar?
Bom comecei a me tatuar com 19 anos e atualmente tenho 8 tatuagens todas com muito significado em minha vida!


Sobre o preconceito e estereótipos já foi ofendido alguma vez pelas suas tatuagens?
Em relação a ser negra e tatuada sempre rola aquele olhar diferente... Aqueles comentários tipo "ainda bem que a sua pele não é tão escura" mas quem me conhece sabe que eu nem ligo para o que falam afinal o corpo é meu e faço o que quero...

Sabemos que a sociedade tende a nos marginalizar por isso, como você lida com essas questões? E sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? 
No quesito trabalho eu não tive problemas pois meus chefes também são tatuados, mas tive problemas com uma ex sogra "querida", para ela o problema era eu ser negra mesmo mas quando ela viu pela primeira vez minhas tatuagens ela não disfarçou nem um pouco e soltou a pérola "nossa achei que em negros não aparecia" eu com toda delicadeza de uma mula disse para a querida "não só aparece como seu filho adora!".



Mas do resto eu levo na boa pois meu maior vício é a tatuagem não vou parar de fazer tão cedo... risos...


Quando você começou a se tatuar?
Fiz uma tattoo com 19 anos, não gostei ficou horrorosa, no mesmo local dessa. Quando a minha filha nasceu resolvi cobrir a tattoo e colocar o nome dela, foi o que fiz procurei um bom tatuador e mandei bronca. Percebi que é um conjunto excelente tatuador e bons materiais para ter uma boa tatuagem, a que tinha feita anteriormente sumiu da minha pele, ficou em alto relevo, sem cor.

E sobre os mitos das tatuagens em pele negra: quais as pérolas você mais ouve? 
Ouvi da pessoa que me tatuou pela primeira vez, que o branco jamais pegaria na minha pele (hoje a minha tattoo é sombreada de branco), que teria que retocar a cada 3 anos porque a pele negra some a tinta, que toda tattoo em pele negra fica com queloide...














Estou adorando a participação de vocês na página me deixando dividir suas vivências aqui no blog, por este motivo este post foi divididos em duas partes, a próxima será publicada amanhã com mais peles negras tatuadas, dicas e cuidados com a exposição ao sol e mar!

Se ficou alguma dúvida podem deixar aqui nos comentários que vou tentar responder!
Beijos e até mais!




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