sábado, 27 de janeiro de 2018

A HISTÓRIA DO MEU CABELO - LÍVIA TEODORO

janeiro 27, 2018 1

Passei três anos com o cabelo no mesmo comprimento. Ele crescia na raiz e quebrava nas pontas, era fraco por conta das químicas e da falta de cuidados, já que dentro da minha cabecinha oca, escova progressiva já poderia ser considerado um "tratamento", ou pelo menos era o que a minha cabeleireira me dizia. Não era permitido pintar e muito menos descolorir os cabelos, as químicas não eram compatíveis. Nesta época, a cada vez que eu penteava os cabelos era um bolo de "toquinhos" grudados nas costas e caídos no chão, sempre na hora de pentear os cabelos precisava me proteger para não sair de casa completamente coberta de cabelinhos quebrados. Nunca fui a pessoa mais cuidadosa do mundo com meus cabelos, mas, o fato de eu fazer relaxamento todo mês e progressiva a cada três meses, prejudicava demais o desenvolvimento do meu cabelo.

Megahair - 2011
Com o cabelo muito fraco e quebrado em 2011 eu coloquei aplique. Era a solução, já que supostamente o meu cabelo não crescia nunca e naturalmente ele jamais chegaria ao tamanho que eu desejava. Aí então investi num megahair que me consumia física e financeiramente. Usei o aplique por, mais ou menos, dois anos e só tirei após o nascimento do meu filho, porque eu não tinha três coisas fundamentais para manter um aplique: tempo, dinheiro e paciência para cuidar! Quando tirei estava novamente quase ficando careca, resultado de muito tempo sem realizar a manutenção necessária, meus cabelos estavam virando um ninho, literalmente! Foi preciso muita paciência e muito tato para tirar aquilo do meu cabelo.

Tirei o megahair em outubro de 2012 e, adivinha? Alisei novamente! 

Eu simplesmente não conseguia ficar com o meu cabelo "duro" nascendo e eu sem saber o que fazer. Tinha na minha cabeça essa ideia falsa de que é mais fácil cuidar e que dá menos trabalho, então, lá fui novamente fazer relaxamento/escova todo santo final de semana, com a justificativa de me sentir mais bonita (e embora não estivesse, eu realmente me sentia bonita daquele jeito). Fazia parte da turma que escovava cabelo numa quinta-feira e só voltava a lavar na próxima quarta-feira (eca!) para "conservar" a escova, porque "haja dinheiro", não é mesmo? Durante algum tempo trabalhei em um salão de beleza, aí não tinha desculpas para não cuidar do cabelo, nesta época ele estava realmente muito bem cuidado, mas ainda assim não era "meu", era uma falsa ideia de liberdade, misturada a uma necessidade física de me encaixar num determinado padrão.

Sim, eu era uma pessoa instável e indecisa, em outubro de 2013, voltei a usar megahair porque eu não conseguia me "sentir bonita" só com aquele cabelo curtinho. Já não bastasse a imposição de ter um cabelo "bom para ser aceita" inventaram também o "cabelo grande" para passar boa impressão. E lá fui eu novamente me transformar para agradar a sociedade. Desta vez, decidi usar um aplique cacheado e algumas vezes, fazia texturização nele e no meu cabelo, para ficar ainda mais enroladinho. Depois de algum tempo nesta rotina, me perguntei: "Se Deus me deu um cabelo "cacheado", lindo, porque eu estou pagando rios de dinheiro para pendurar um aplique cacheado? Qual o meu problema?" Decidi então parar com o alisamento e naquele momento resolvi que dali em diante faria apenas um "relaxamentozinho-levinho-para-dar-uma-abaixadinha-na-raiz" (o que muitas meninas acreditam ser a solução).

Big Chop - 2014

Quando entrei em transição estava decidida a ficar um ano neste processo para só então cortar o cabelo alisado e assumir o natural ou "assumir um cabelo cacheado com relaxamento" que era o que, naquela época, importava muito para mim. Mas os planos mudaram quando eu comecei a ler e pesquisar sobre o assunto, entender o que realmente significava entrar em transição e assumir o cabelo CRESPO, porque o meu cabelo não é cacheado, é crespo.

Contei um pouco da minha "TRANSIÇÃO POLÍTICA" aqui no blog e em vídeo no canal, foi fundamental me entregar as leituras e pesquisas, para entender que se assumir é muito um processo de dentro para. Em fevereiro de 2014 eu fiz o big chop (grande corte = retirar toda a parte com química nos cabelos, em um único corte), soltei os meus cabelos crespos para afrontar o mundo. 

Por um tempo estive crespa, natural, loira, bem feliz com o meu visual e meu interior. Aprendi que os padrões da sociedade atual não foram feitos para mim e que definitivamente eu não preciso me encaixar neles para ser feliz. Assumir um cabelo natural traz bônus, mas também traz ônus, quando você passa a ter consciência racial e consciência da sua negritude, com certeza o que antes você não percebia passa a ser mais evidente e mais doloroso! Mas vamos levando e vamos afrontando, porque o importante mesmo é não desanimar, não murmurar e ter muita, mas muita coragem de se assumir!


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

BIG BROTHER BRASIL 2018 - QUEM É MARA TELLES?

janeiro 22, 2018 0
O Big Brother Brasil 2018 está no ar e as polêmicas já começam a surgir, não é mesmo? As redes sociais dos participantes são reviradas, surgem informações que estavam escondidinhas e violá, faz-se a fama dos participantes.


Saiba mais sobre Mara Telles, cientista política e professora da UFMG



A professora não é desconhecida das redes sociais, viciada em BBB e assumida, a ariana convicta sempre expressa sua opinião quando o assunto é polêmico através de seu perfil pessoal. 




Aos adeptos do Big Brother Brasil, só posso desejar que ela seja dentro da casa metade do que é aqui fora, com seus alunos, só isso já garante grandes e memoráveis confusões dentro da casa, segundo alguns alunos publicaram no Twitter. 


domingo, 21 de janeiro de 2018

JANINE MATHIAS - MÚSICA E FORÇA DA MULHER NEGRA, TUDO NUMA SÓ!

janeiro 21, 2018 0
Em tempos que estamos um pouco decepcionados com o que a música vem falando de nós, nada melhor do que falar de pontos positivos, não é mesmo? Músicas de cunho machista e misóginas não deveriam ter mais espaço em nossas playlists que sons que exaltam nossa beleza, nossa liberdade e nosso orgulho de sermos quem somos.

Um jeito ótimo de representar isso em forma de música está no trabalho de Janine Mathias, "Negra Mulher" como diz em sua letra, Janine tem uma voz maravilhosa e exalta o que é nosso de maneira incrível!



Janine Mathias lança “Pérola Negra”, música que celebra a força da mulher negra, a faixa integra o próximo álbum da cantora.

Janine Mathias lançou, o single “Pérola Negra”. Com trechos como “E me ver, caminhar por aí, pela rua. Ostentando, minha cor, minha alma, nua!”, a música fala de auto estima e da força da mulher negra. 

A produção da música foi uma parceria entre Dia e Renato Taimes. Dia é bastante conhecido por trabalhar com artistas renomados da nova geração da música brasileira, e é ele o responsável pela direção musical de “Pérola Negra”. 

A música chegou como um presente dado pela cantora Val e representa a força de uma voz que eu aprendi a escutar e a propagar com um único objetivo - transformar a vida das pessoas para melhor. "Pérola Negra" também é a questão mais poderosa da ancestralidade, ela vem pela oralidade, ela não é pra você, ela passa adiante por gerações, através de você”. 

Val Andrade é a compositora da música e, em recente depoimento, ela disse: “Quando eu compus Pérola Negra há três anos, eu sabia que não seria eu quem deveria cantar. Sabia, no meu coração, que essa música tinha uma dona certa. Poucos dias depois conheci a Janine, ela estava no palco, iluminada, energizada. Empoderada! Era ela! Eu soube na hora!”.

“Pérola Negra entra como faixa bônus no seu primeiro disco:“Dendê”, que está sendo produzido e dirigido pelo meu irmão de axé Eduardo Brechó, em parceria com Renato Parmi através de colaboração coletiva de amigos, fãs e famíliares. A faixa vem como bônus no seu primeiro disco, “Dendê”, previsto para lançamento no primeiro semestre de 2018.
“Pérola Negra” já está disponível nas principais plataformas via ONErpm. (Spotify)




Ficha técnica: 

Música: Pérola Negra
Composição: Val Andrade
Voz: Janine Mathias 
Produção musical: Dia e Renato Taimes
Programação - Dia
Guitarra e Teclado: Renato Taimes 
Baixo: Pizzu 
Violão: Léo Pinotti.
Bateria e Percussão: Vitor Cabral 
Arranjo de Metais e Metais - Joabe Reis e Sintia Piccin
Backings vocal: Val Andrade e André Barroso 
Direção musical: Dia
Assistente de studio - Filipe Florido
Mix e Master: Luís Lopes.

Assessoria de imprensa: blackindieassessoria@gmail.com | Contato: janinemathias@gmail.com

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

5 MAMÃES LINDAS E BEBÊS FOFOS PARA SEGUIR NO INSTAGRAM

janeiro 11, 2018 0
Fotos: Reprodução Instagram
Tem coisa mais guti-guti que bebês? Talvez tenha, mas, garanto que esta é das listas mais fofas que passarão hoje pelo seu feed.
É normal que nós, meros mortais, acompanhemos os famosos que admiramos através das redes sociais e por terem recebido a visita da cegonha recentemente todos estes instagrams estão recheados de bebês fofinhos para acompanharmos.

1. Ivi Pizzott

Dançarina e atriz, Ivi Pizzot e o marido receberam recentemente a Kali para alegrar a família e o feed dos seus seguidores.

Uma publicação compartilhada por Ivi Pizzott (@ivipizzott) em


2. Roberta Rodrigues

A atriz e cantora do grupo "Melanina Carioca" também passou a ostentar uma bebezinha fofa no nosso feed, a pequena "Linda Flor".

3. Negra Li

Outra mamãe fresquinha é a cantora Negra Li que, com menos frequência que as outras, mas ainda assim vale a pena ficar babando ficar babando, posta fotos do pequeno Noah nas redes sociais.


Uma publicação compartilhada por Negra Li (@negrali) em



4. Line Dias

Line Dias, atriz global, deu a luz ao Bernardo no ano de 2017 e desde então sempre tem fotinho desse fofucho no feed da atriz. Fala que ele não é uma coisinha linda?


5. Juliana Alves

Juliana Alvez, atriz, passou a enfeitar as redes sociais ainda mais desde que a Yolanda chegou. Os cliques da pequena estão cada dia mais lindos.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

SOBRE SAUDADE, AMOR E SOBRE COMO A GENTE CONFUNDE ISSO COM POSSE

janeiro 10, 2018 0

Muito se discute sobre monogamia x poligamia e, na verdade, este texto não tem a menor intenção de ser sobre isto. Sentir saudade não tem a ver com isto, necessariamente. 

Enquanto você está com alguém é normal sentir saudade, é normal sentir vontade de ter por perto, mas, você já parou para pensar que você só sente falta de alguém que necessariamente por alguns momentos não está perto de você? Como diria minha avó "muito amor vira tumor", é um jeitinho engraçado dela dizer que pessoas que se amam muito e se grudam o tempo inteiro tendem a transformar rapidinho aquele monte de amor e doença. Claro que do jeito simples de dizer da minha avó ela não estava considerando relacionamentos abusivos e violentos, estamos falando aqui da nossa dificuldade as vezes de entender que saudade nem sempre é estar juntos, saudades as vezes pode ser um bom sentimento para te lembrar o quanto é bom ter aquela pessoa por perto, quando ela está por perto. Sentir saudade não é um apito ou um sino que você toca, "ei, vem cá", sentir saudade talvez seja um lembrete do seu coração de "olha, lembra como é bom quando fulano (ou fulana) está por aqui?"

Saudade é uma palavrinha bem brasileira, não que só nós sejamos capazes de sentir, mas, é no nosso idioma que existe grafia e significado para expressar essa dorzinha gostosa 

"Mas, nossa, saudade é um trem que tipo uma dorzinha gostosa, que você vai apertando pra ver até onde fica bom, aí quando você tá com a pessoa é como se você parasse de apertar um pouquinho, sabe?" (Lívia Teodoro)

A parte chata é quando a gente confunde essa saudade com posse, confunde a falta que a pessoa faz com uma necessidade absurda de ter a pessoa ali, cem por cento do tempo por perto e presente, porque, convenhamos, é diferente estar perto e estar presente, não é mesmo? Nossos celulares que o digam!

O problema da saudade não é sentir, a saudade é natural, é boa, o problema da saudade é quando misturada a outros sentimentos que as vezes nem sabemos que existe, vira posse, vira controle. Saudade está longe de ser um sentimento exclusivamente afetivo, exclusivamente homem-homem, mulher-homem, mulher-mulher, pessoa sexualmente interessada - pessoa sexualmente interessada, mas também existe saudade entre amigos, entre pessoas e lugares, pessoas e hábitos. Já pensou se pela sua saudade o outro tiver que abrir mão das saudades dele? Então, como fica a necessidade do outro de "parar de apertar um pouquinho a saudade?", hein?

Pense na sua saudade como um combustível para existir, não algo que te sufoca ou que deverá sufocar o outro. Como disse, saudade é um sininho que avisa "olha, como é bom quando o outro tá aqui, que tal a gente curtir mais quando o nosso momento chegar?", pense na saudade como algo bom, como algo que você só sente do que te faz bem, por fim, pense também que o outro também tem as saudades dele, só dele.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

COMO FAZER UM PLANNER PERSONALIZADO - AINDA DÁ TEMPO DE SE ORGANIZAR

janeiro 09, 2018 0
O ano de 2018 ainda está novinho e então está em tempo de se tornar uma pessoa organizada. Levando em consideração que em tempos de vida corrida é quase impossível contar só com a memória para lembrar dos compromissos e obrigações a gente recorre as agendas para que a organização da vida corra com mais tranquilidade. Os "planners" ou "planejadores", numa tradução bem livre, são quase como agendas um pouco mais detalhadas e que vão lhe ajudar a visualizar as suas metas com muito mais facilidade. Juntar dinheiro, crescer no canal do youtube, melhorar a alimentação, tudo isto são coisas que com planejamento e compromisso você pode alcançar com certa facilidade.

Então, pensando em ser mais compromissada comigo mesma é que resolvi usar um planner em 2018, mas, como planejamento é tudo e uma das minhas metas deste ano é juntar dinheiro, decidi que o meu planner seria feito por mim e com materiais que já teria em casa, afinal, não dá para começar o planejamento e as metas de juntar dinheiro gastando, não é mesmo?


Abaixo as medidas para que você também possa confeccionar seu próprio planner e ter uma mãozinha para colocar seus planejamentos em ordem.


Caderno brochura, capa dura. Tamanho total: 18,5x12,5cm. R$0,00 (Recebido da YourCourse)


Folhinhas mensais, calendário: Tamanho individual: 4x7,3cm. R$0,00 (Folhinhas de brinde)


Planejamento mensal. Tamanho de cada divisão: 3,3x5cm | Altura da linha divisória: 1cm.


Quadro: acompanhamento de crescimento das redes - Tam. Total 11x16cm, largura da linha 4cm, altura da linha 4cm.

Aniversários do ano: Tamanho de cada mês - 4x5cm


Planejamento financeiro do mês: Tamanho total do quadro (por folha) - 12x16 | Tamanho de cada divisão mensal: 4x5,5cm | Tamanho Anotações - 5x12cm.


Planejamento financeiro blog: Tamanho de cada divisão mensal - 4x4cm
Abertura mensal: Tamanho quadro "metas" - 4,3x10,3cm | Tamanho quadro "importante" - 6x6cm | Tamanho quadro "finanças" - 2x4cm | Tamanho quadro "tarefas" - 4x11cm.


Mês ampliado: Tamanho de cada dia do mês - 3x3cm


 Atividades culturais: Tamanho do quadro "atividades" (cada) - 4x11cm | Tamanho do quadro "cinema e rua" - 5x12cm
Planejamento diário do blog: Tamanho da linha - 10cm | Altura da linha - 0,5cm.


Planejamento semanal, dia a dia: Tamanho "dia" - 4x8cm | Tamanho quadro "finanças" - 3,3x10,8cm | Tamanho do quadro "ideias" - 6x7,5cm.


Finalização do mês: Tamanho do quadro "balanço final do mês" - 4x7cm.

Os meses seguintes são repetições a partir da página de início do mês, é só replicar para todos os meses do ano e seu planner estará pronto. 
Ainda esta semana sai vídeo no canal com o passo a passo de como fazer adesivos para o planner, fiquem ligados.

domingo, 7 de janeiro de 2018

EU TENHO UM MONTE DE ESTRIAS NA BUNDA, E AGORA?

janeiro 07, 2018 0

Dá para amar um corpo com estrias? E celulite? Dá para se amar com "defeito"?

Esta é a perspectiva que corpos comuns foram encaixados para serem enxergados, afinal, é comum ter celulites e estrias, levando em consideração que você é uma mulher adulta com um corpo que tem história para contar, você não é uma boneca de plástico rígido, isto mesmo, rígido, já que até as bonecas de corpo maleável vão acabar tendo marcas de tempo.

Outro fator que encaixa nossos corpos, todos normais, em diversas categorias de anormalidade: o machismo, isto mesmo, aquele conceito social que nos ensina, desde pequenas, a competir e atacar as outras mulheres com base em suas características visíveis, logo, ser gorda, magra, alta, baixa (demais) ou ter estrias e celulite é mais um artifício usado pela rivalidade feminina para categorizar de maneira negativa os corpos umas das outras. Não é incomum ver mulheres se exaltando ou relativizando a beleza das outras usando argumentos como "pelo menos eu visto 38" ou "pelo menos eu não tenho celulite", como se isto fosse fator determinante sobre a felicidade do outro. Isto de fato não deveria ser.

Suposto perfil falso atribuído a ex-bbb Vívian Amorim no Twitter
A verdade é que na prática estamos tão acostumadas a competir e usar como armas nesta disputa as características dos nossos corpos que ficou comum enxergarmos como defeito o que, na verdade, são marcas das nossas vivências, aquela estria não estaria ali não fossem as mudanças que seu corpo sofreu e só você sabe o significado destas mudanças. Isto não é só responsabilidade do machismo, ele isolado não conseguiria fazer isto, porém, temos a companhia de toda uma sociedade que endossa estes apontamentos, como as revistas, novelas, televisão, telejornal, a mídia "convencional" como um todo mostra o tempo todo que qualquer corpo que não seja magro, liso, "perfeito" e geralmente branco vai ser encaixado como errado. Não importa se para você está tudo bem, se não representa o ideal photoshopado na vida real, você não se encaixa no padrão. 

Capas de revista 2018
Não há nada de errado com corpos normais, que carregam marcas comuns de vidas que estão longe de serem novelas, estão longe de serem românticas em 100% do tempo, então, qual o seu problema com as suas estrias? Vejamos, se a sua história é só sua, seria normal então que só você tivesse as suas marcas, certo? Então porque se esforçar tanto para ter o corpo de um outro alguém que nunca habitou a sua pele ou viveu a sua vida? As atrizes de destaque da novela das oito, por exemplo, são sempre mulheres magras, geralmente brancas, com um corpo de "dar inveja" e que parecem nunca ter uma dessas marcas "normais" que nós temos. 

Bianca Bin e Grazi Massafera fazem parte do elenco de 'O Outro Lado do Paraíso

Atrizes estas que são comumente massacradas ao serem "flagradas" com uma ou outra "gordurinha" fora do lugar e muitas vezes nós, mulheres comuns, nos juntamos ao coro do julgamento onde o corpo "normal" é enquadrado como defeituoso. 

Será possível então ser feliz e encarar de frente uma sociedade gordofóbica, machista e preconceituosa, que coloca as mulheres como objetos a serem qualificados e separados apenas por suas características externas? É possível que nós consigamos nos desfazer destes padrões introjetados? Mais do que isto, como no exemplo ao lado, mulheres que estão longe de poderem ser consideradas gordas, são enquadradas como "defeituosas", por não esconderem ou retocarem marcas naturais de estrias ou celulites, as que são gordas então, melhor nem dizer por não ser meu local de fala, mas, sabemos bem o que a sociedade reserva para as mulheres que são gordas, não é mesmo?
Então, o que separa da felicidade uma mulher com um corpo perfeito e funcional, além do machismo, da rivalidade ou da gordofobia?
Aparentemente nada além disso separa nós, mulheres normais, de conseguirmos nos sentir confortável dentro dos nossos corpos que carregam marcas que são só nossas.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

OS VÍDEOS DA SEMANA | SEMANA 1 - "CANAL NA VEIA DA NÊGA"

janeiro 05, 2018 0

Para você que não tem muito tempo durante a semana para assistir, mas, quer permanecer por dentro das novidades do canal Na Veia da Nêga, este post mostra os dois vídeos que foram ao ar nessa semana sobre um assunto que ainda tem muito tema para abordar: CUIDADOS COM NOSSOS CABELOS CRESPOS.

VÍDEO - 01/01/2018: PRODUTOS FAVORITOS PARA CABELO TIPO 4A



Todo mundo tem aquele produtinho favorito, então, porque não compartilhar a dica, não é mesmo? O primeiro vídeo de 2018 foi compartilhando as dicas dos meus produtos favoritos que podem úteis para vocês também. 

VÍDEO - 04/01/2018: MELHORES CREMES DE PENTEAR PARA CABELO TIPO 4A



E na hora de finalizar corremos o risco de ter vários cremes em casa que não funcionam bem, afinal, cada cabelo é um cabelo, mas, dicas que já funcionaram para o meu cabelo tipo 4 podem ser bem úteis para vocês.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

QUE EM 2018 NÓS POSSAMOS FALAR DE SENTIMENTOS SEM CULPA

janeiro 04, 2018 0
Projetado pelo Freepik
Um desejo que trago comigo há muitos réveillons é o de que, no ano que vem nós possamos ser livres para amar, sermos amadas, falar de sentimentos bons, de felicidades, de querer bem, de esperanças, sem sermos consideradas "melosas ou românticas demais" por este motivo. A era das redes sociais onde todos os sentimentos viram memes e são repetidos com a mesma naturalidade do nosso "bom dia", não que isso seja totalmente ruim, é a mesma era onde há uma proibição tácita de se falar em sentimentos, de contar seus sentimentos ao outro, sob pena de sermos taxadas como "carentes", "chatas", "grudentas" e outros adjetivos que são dados na maioria das vezes as mulheres ou àqueles que performam a feminilidade. 

Não pode chorar, não pode demonstrar apego, não pode ligar ainda mais se for para dizer que está com saudades, não pode dizer que ama nem que adora, pois isso parece criar no outro uma obrigação quase que constrangedora de ser recíproco e nisto vamos ficando cada dia mais avessos a troca de afeto, de amor. O que para nós, pessoas negras, é duplamente problemático, uma vez que para nós o afeto é negado desde que fomos sequestrados para a diáspora, numa outra época onde demonstrar afeto e carinho era quase letal a vida dos negros e negras escravizadas. As memórias de pessoas escravizadas quanto a família e afeto são muitas vezes registradas como sutis ou lidas em linhas subliminares do dia-a-dia, amor era alimentar seus filhos, amor era proteger sua prole das surras e outros castigos físicos, ou seja, estamos desde sempre "substituindo" nossas demonstrações de amor e afeto. 

Os nossos meninos são outros prejudicados com essa necessidade do não demonstrar amor ou carinho, como se isto fosse algum sinal de fraqueza, muitas vezes associado somente ao feminino, aos meninos está proibido qualquer demonstração de apreço, pois qualquer coisa que se aproxime do que é relativo a mulher é rapidamente repelida do comportamento da maioria dos meninos. Estamos sendo ensinados então a não demonstrar aquilo que deixou de ser considerado bonito para ser considerado fraqueza, o amor. 

Um dos meus desejos para 2018 é que possamos demonstrar sem culpa, sem medo de afastar ou de sermos "mal interpretados", o nosso amor pelo outro. E não falo aqui apenas do amor homem-mulher, mas, de lembrarmos todos os dias de dizer o quanto amamos nossos pais, filhos, amigos, irmãos, primos, conhecidos, enfim, todas as pessoas que nós simplesmente amamos, sem ter de justificar, esconder, explicar ou sufocar nosso sentimento. Que neste ano que ainda está fresquinho possamos falar de amor e preencher as outras pessoas com eles, que em 2018 sejamos capazes de reconhecer humanidade no povo preto, sejamos capazes de amar aos nossos enquanto humanos dignos de amor, carinho, afeto, respeito, criando novos estereótipos positivos desta vez, sentimentos bons que nos levem a querer compartilhar e espalhar, não esconder. 

Muito amor a todos nós em 2018. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

COMO COMPRAR ROUPAS NO BRECHÓ? CINCO DICAS VALIOSAS

janeiro 02, 2018 0

Em busca de um comportamento sustentável muitas pessoas têm voltado seu interesse para as compras em brechós. O bom e velho bazar voltou a ser moda entre os consumidores, além do motivo principal que é a economia de preço, outras razões importantes levam os consumidores a voltarem seu olhar para as peças que já foram alegria de outras pessoas como, por exemplo, o fato de reduzir o consumo, a exclusividade das peças e a possibilidade de ter um estilo próprio numa época onde a moda é feita em série sem pensar muito nas particularidades de cada corpo, é uma moda para massa nas lojas consideradas "populares". Nem todo mundo gosta de ter "roupas iguais às de todo mundo" e a outra ponta, em matéria de preço, da linha de exclusividade está nos brechós, com toda certeza. 

Mas, não é tão simples assim entrar no brechó, encher as sacolas e pronto, para voltar para casa com a missão cumprida é preciso ter a noção de que algumas dicas são importantes. É comum ouvir as pessoas perguntando como é que as pessoas que compram em brechó conseguem ser tão estilosas, enquanto outras pessoas vão aos brechós e só encontram "roupas velhas" e que não são necessariamente bonitas, segundo o gosto delas. 

Algumas dicas podem te ajudar na hora de ir ao brechó, em todos, dos bazares da igreja aos brechós conceituais que tem aparecido pelas cidades e lembre-se: o que faz mesmo diferença é o seu olhar sobre as peças, não o preço que você vai pagar por elas, o que na maioria das vezes tem mais a ver com fama do que qualidade, então os bazares aí do seu bairro também podem surpreender você. 


Antes de mais nada é preciso se conhecer e entender o que te veste bem, isto não tem a ver com ser gorda ou magra, alta ou baixa, mas, conhecer seus pontos fortes e o que quer valorizar, assim como algo que não queira dar tanto destaque, isso é importante porque as vezes vemos um modelo de roupa em alguma revista ou blogueiras que seguimos na internet e corremos atrás nos brechós, mas, no corpo é outra coisa, não é mesmo? Cada corpo tem seu ponto forte e você precisa conhecer o seu (ou os seus) para se vestir bem e de maneira confortável. 

Não adianta achar que brechó é divido por sessões como as suas lojas de departamento favoritas, não é não, sem paciência e tempo para procurar as peças a possibilidade de você sair de um bazar achando que não tinha nada que lhe agradasse é bem grande Quanto mais simples o brechó, maior a chance das peças estarem, no máximo, divididas apenas por "masculino x feminino" e se você não tiver tempo para vasculhar as duas partes você pode acabar perdendo peças incríveis para compor looks maravilhosos, inclusive utilizando peças consideradas "masculinas" para fazer isto. 

Esta é a parte que as inspirações podem te ajudar e muito: como combinar peças totalmente diferentes e montando looks criativos. Já pensou que vestido e calça pode ficar lindo? ou uma camisa com um short? As possibilidades são infinitas e as vezes tudo que você precisa é de um empurrãozinho inspiracional. Sites como Pinterest e Tumblr são boas fontes de inspiração para ter ideias de looks "diferentões" e que tem toda carinha de brechó.


Lembre-se sempre: moda passa, estilo não! Esta máxima é mais que verdadeira e sair comprando peças que estão no brechó, mas voltaram a moda agora, como os vestidos de veludo molhado no ano passado, por exemplo, talvez não seja a ideia mais acertada se você não gostar deste tipo de peça. A moda é cíclica, vira e mexe ressuscitamos alguma tendência do passado o que não quer dizer que só porque "está na moda" você precisa enfiar isto no seu estilo e está tudo bem.

Uma última dica muito importante é: dê uma boa olhada no seu armário antes de se jogar nas comprinhas de brechó, não é porque as peças geralmente são baratinhas que você deve comprar todas as peças disponíveis, afinal, não é por conta do preço baixo que devemos abandonar o consumo consciente e responsável, se o foco é reduzir o consumo, a longo prazo também reduzir o lixo que produzimos, então olhe bem o que você já tem para não cair na tentação de comprar só por impulso no bazar.

Seguindo estas dicas é bem provável que você vá as compras muito melhor preparada e volte para casa com a sensação de dever cumprido: peças bonitas, baratas, que vão combinar com muito do que você já tem e valorizando seu estilo próprio.

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