Uma boa hora de começar com o hábito de leitura é na infância, a literatura infanto-juvenil é um mercado diverso no nosso país e pode ter vários títulos interessantes para "pescar" o interesse de jovens leitores. "O brasileiro não tem hábito de leitura!" Já ouviu dizerem isto? Pois, se não tem, que tal criarmos?
Confesso que não sou muito dada aos livros de fantasia, mas, sei que a falta de hábito deste tipo de leitura vem, com certeza, do contexto da minha criação, onde a leitura não era tão estimulada. Isto fez com que, além de não encontrar muitos títulos dentro de casa, o que gerou o atual sonho de montar uma biblioteca em casa, quando encontrei eram livros com gêneros mais adultos, assim já comecei a ler coisas para além da minha idade, o que construiu o gosto pela leitura que tenho hoje.
Mas, nada melhor que pescar nossa juventude e incentivar seu gosto para leitura, com autores e autoras que desenvolvem temáticas atrativas e emocionantes, com respeito, preocupação com a empatia e a formação de jovens meninos e meninas conscientes, não é mesmo?
DIA MUNDIAL DO LIVRO: O MUNDO LITERÁRIO DE LAVÍNIA ROCHA (Foto: arquivo pessoal) |
Lavínia Rocha é uma escritora mineira, de apenas 20 anos, autora dos livros "Entre 3 mundos" "Entre 3 segredos" "De olhos fechados" e "Um amor em Barcelona". A mineira escreve para o público infanto-juvenil e também faz palestras em escolas públicas e privadas, sobre a importância de acreditar nos próprios sonhos, como foi se tornar escritora ainda na adolescência e sobre como é se posicionar como feminista negra, assim, tão jovem.
DIA MUNDIAL DO LIVRO: O MUNDO LITERÁRIO DE LAVÍNIA ROCHA (Foto: Reprodução Editora D'Plácido) |
Em sua terceira edição, o livro "De olhos Fechados", editado pela D'Plácido, é um dos títulos da autora que mais tenho vontade de ler. A sinopse:
"“Ignorar é a solução”, foi o que pensou Cecília quando alguns papéis beges começaram a surgir no seu quarto, na bolsa e nos seus livros. O que seriam aquelas ameaças e informações sem nexo? Quem estaria mandando? Como se não bastasse, a cada vez que os lê, uma imagem passa em sua mente. Talvez isso pudesse ser menos estranho se Cecília não fosse cega desde o dia que nasceu. Para desorganizar ainda mais sua vida, Tiago – o garoto novo da escola – começa a balançar seu coração e a fazer com que sinta o que ela jamais sentiu. Sua dificuldade agora é acreditar no que sempre tentou passar às pessoas: ser cego não é sinônimo de limitação e tristeza. Entre os desafios do dia-a-dia e da adolescência, Cecília se vê envolvida em um mistério que pode afetar sua vida e de todos os belo-horizontinos, e ela não vai descansar até descobrir – e entender – um grande segredo do passado da cidade que os livros de História jamais ousaram contar." (Site Editora D'Plácido)
Além de falar sobre a vida de uma jovem com deficiência visual e como é estar numa cidade como Belo Horizonte, sob esta condição, Lavínia vai mostrar como a autonomia e independência destas pessoas é possível e real em vários campos da vida.
Opinião dos leitores:
"Percebi que se desenvolve ali o ponto de vista de mais que apenas uma deficiente visual, mas, uma criança deficiente visual. Uma coisa que às vezes a gente não pára para pensar, sabe? Quando a gente imagina deficientes visuais, pensa: "essa pessoa já nasceu adulta"! A gente não pensa, geralmente, que estas pessoas tem um processo de vida, na infância de como isto seria para elas enquanto elas são crianças. Acho que isto foi o mais interessante para mim. Perceber como isto [ser deficiente visual] é na vida de uma criança." (Ygor Gabriel, 20 anos)
"Em algumas partes do livro, Lavínia coloca bem como deve ser a sensação de uma pessoa que não tem visão. Durante a leitura, ficamos um pouco apreensivos porque existem ações da personagem, do tipo pegar um ônibus sozinha, que nos preocupa, achamos que ela não é capaz. Isto reflete muito sobre o que pensamos sobre pessoas com necessidades especiais. Sendo que, como qualquer um, com o tempo e a depender da sua criação, esta pessoa vai se acostumar a realizar várias atividades. Se eu deixar uma criança hoje, que nunca pegou ônibus sozinha, ela também vai sentir como um desafio, mas, com o tempo irá aprender, sendo deficiente visual ou não. Além disso, o livro desperta curiosidade, dúvida e é muito interessante saber o que acontece com Cecília. Às vezes temos uma determinada concepção sobre a maneira como vive um deficiente visual, quando a gente lê o livro, desconstruímos muitos destes conceitos. Fora a questão da inclusão, é um livro que é impossível parar de ler, pois há um mistério que envolve a história e que nos instiga a querer desvendá-lo a todo momento. É empolgante, entusiasmante e provoca uma interação real com a história. Gostei muito!" (Clarice Guimarães, 20 anos)
Acredito que estimular nossos jovens a pensar a realidade de outras pessoas, é uma das formas mais bonitas e eficientes de treinar empatia e respeito. E, "De Olhos Fechados", de Lavínia Rocha, é um ótimo começo para convidar nossos jovens a serem pessoas melhores.
A primeira exigência de um livro é ser interessante, prender a atenção de um leitor, claro, mas, se este livro for bom e ainda vier com uma mensagem positiva, repassada de maneira didática e eficiente, não é ainda melhor? Então, fica a dica de presente para instigar o gosto para leitura dos nossos jovens meninos e meninas.
Se o hábito de leitura não se cria sozinho, é nosso papel enquanto comunidade incentivar isto nas nossas crianças.
Além deste título, Lavínia também é autora de outros títulos voltados para este público
DIA MUNDIAL DO LIVRO: O MUNDO LITERÁRIO DE LAVÍNIA ROCHA (Foto: Reprodução Facebook) |
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