MUSICAL APRESENTA A APAIXONANTE HISTÓRIA DE UMA DAS MULHERES MAIS EXTRAORDINÁRIAS DO SÉCULO XX
Pela primeira vez em BH, “Josephine Baker - A Vênus Negra” retrata com muita qualidade, de forma bem humorada e envolvente a vida da primeira grande estrela negra das artes cênicas
Espetáculo acontece nos dias 29 e 30 de setembro e terá tradução para Libras nos dois dias e audiodescrição no domingo
Walter Daguerre narra, em ordem cronológica, a apaixonante trajetória de uma das mulheres mais extraordinárias do século XX que sofreu racismo e preconceito nos EUA, seu país de origem, e virou estrela na França, unindo humor, talento e militância. Estamos falando de Josephine Baker: dançarina, cantora, ativista, espiã condecorada por Charles de Gaulle e mãe adotiva de 12 crianças de diferentes etnias.
Pela primeira vez em BH, o musical dirigido por Otávio Muller é sucesso de público e crítica. Josephine Baker - A Vênus Negra teve, em 2017, 8 indicações ao Prêmio Shell, Cesgranrio, Botequim Cultural e APTR 2017. Quem interpreta de forma impecável essa mulher tão irreverente é a atriz Aline Deluna. É ela quem recebe o público no teatro e inicia a peça contando sobre a história da personagem. Aos poucos, ela vai se vestindo dos elementos que compõem a Josephine. Acompanhada do trio de músicos Dany Roland, Christiano Sauer e Jonathan Ferr, que também se distribui em diversos papéis durante o espetáculo, ela encanta o público dançando e cantando, em vários idiomas, maravilhosamente bem. A seleção musical executada ao vivo durante todo o espetáculo e o figurino deslumbrante produzido para a personagem de Aline Deluna são de um refinamento surpreendente.
“Chegamos ao conceito da peça depois de ‘esbarrarmos’ em Oswald de Andrade. Ele e Tarsila do Amaral hospedaram Miss Baker quando ela esteve pela primeira vez no Brasil. Oswald acabou nos influenciando muito e nosso espetáculo ganhou contornos Tropicalista-Antropofágicos. O que tem tudo a ver com Josephine Baker, que defendia a miscigenação, portanto a mistura, como caminho para a harmonia entre os povos”, conta o autor, Walter Daguerre.
Josephine Baker
Nascida no ano de 1906, em Saint Louis, no Missouri, (sul dos Estados Unidos), onde o racismo e preconceito imperavam, Josephine Baker não teve uma vida fácil. Aos 8 anos já trabalhava como artista de rua e, também, como faxineira e babá para ajudar no sustento da família. Aos 13 anos, ela fugiu de casa e começou a trabalhar como garçonete em uma casa noturna. Enquanto adolescente, aos 15 anos, se casou, divorciou, chegou a participar de espetáculos de vaudeville de St. Louis Chorus e, em seguida, se mudou para Nova Iorque, onde fez parte de um grupo de dançarinas e atuou em alguns espetáculos da Broadway, nos anos de 1921 e 1924. Em busca de aceitação e liberdade, Josephine Baker, aos 19 anos, se mudou para Paris (onde se naturalizou depois). A esquerda, Aline Deluna.
Apelidada de Vênus Negra, pela sua beleza e amor pela humanidade, aos 20 anos, Josephine estava mundialmente famosa por toda sua dança irreverente, sensualidade, bom humor, deboche com seu saiote de bananas desafiando todos os padrões dos anos 1930.
Considerada a primeira grande estrela negra das artes cênicas, na vida real a artista lutava pela igualdade racial e paz entre os povos. Nos anos 50 ela trabalhou como espiã da Resistência Francesa e apoiou o movimento dos Direitos Civis de Martin Luther King (marchando ao lado dele contra a segregação racial), nos EUA. Seu ativismo social e político rendeu a ela duas das mais altas condecorações da França: Cruz da Guerra das Forças Armadas Francesas e a Medalha da Resistência. Também recebeu do presidente francês, Charles de Gaulle, o grau de Cavaleiro da Legião de Honra.
Outras curiosidades sobre Josephine Baker: ela esteve quatro vezes no Brasil. Em uma delas se apresentou com Grande Otelo, no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, teve um relacionamento com Frida Kahlo, tinha um guepardo de estimação e era mãe adotiva de 12 crianças de etnias diferentes, a qual ela chamava de Tribo Arco-Íris.
Mostra Cine Brasil Teatro e Música
Iniciativa do Cine Theatro Brasil Vallourec, a Mostra tem patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de médicos cooperados e colaboradores, e da Vallourec, ambos via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Além de primar pela qualidade artística dos espetáculos, a Mostra se destaca pela excelência técnica do teatro e pela experiência sempre marcante de visitar o prédio histórico em estilo Art Déco, com seus belos corredores, escadas e luminárias. Situado na Praça Sete, O Cine Theatro Brasil é um dos símbolos de Belo Horizonte e polo irradiador de cultura e lazer no centro da cidade.
Na edição de 2017, a Mostra teve mais de 12 mil pessoas presentes em suas atividades. Foram oito montagens teatrais e três shows musicais, alguns deles com duas apresentações, totalizando 19 datas de espetáculos. Dentre as atrações do ano passado, alguns destaques foram as peças Antígona, Morte Acidental de um Anarquista, 12 Homens e Uma Sentença, Depois do Amor, e os shows de Bebel Gilberto e Arnaldo Antunes.
Vendas:
Site: www.eventim.com.br
Bilheteria Cine Theatro Brasil Vallourec ( Av. Amazonas, 315 – Centro)
Loja Eventim (Shopping 5ª Avenida: Rua Alagoas 1314 - Loja 20C– Savassi). Sujeito a taxa de conveniência.
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Informações: (31) 3201-5211 – www.cinetheatrobrasil.com.br
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